15:02PT de Curitiba reage com tacape aos ataques de borduna do PMDB de Requião e Greca

Da assessoria de imprensa do PT de Curitiba:

PT de Curitiba reage à manifestação do senador Roberto Requião

A presidente do PT de Curitiba Roseli Isidoro manifestou hoje (7) seu repúdio ao manifesto do senador Roberto Requião (PMDB), por meio do diretório municipal do seu partido (ler texto na íntegra abaixo), sobre o debate em torno do lançamento ou não de candidatura própria do PT à Prefeitura de Curitiba em 2012. Em outras palavras, a dirigente petista lembrou ao senador uma das máximas do pensamento ocidental: “a Cesar o que é de Cesar”. Roseli disse que “não se pode, a pretexto de cobrar compromisso eleitoral, interferir nas decisões internas do PT, ou pior, ditar regras e dizer quais caminhos devemos seguir em relação às eleições municipais deste ano”. “O PT de Curitiba tem instância decisiva, tem organização partidária e tem um número expressivo de filiados na Capital. É a esse conjunto de filiados que cabe definir os rumos que o PT deve seguir”, completou.

Na falta de liderança sobre sua própria legenda, o senador parece estar dedicando atenção indevida e se intrometendo nos debates que resultam da democracia interna do PT. É importante lembrar que apenas um dos deputados peemedebistas na Assembleia Legislativa faz oposição ao governo Beto Richa (PSDB). Os demais estão todos na base de apoio ao governador tucano, adversário político do PMDB nas eleições de 2010 no estado.

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Íntegra do manifesto enviado às lideranças nacionais do PT e PMDB

Curitiba, 5 de março de 2012

Senhor Senador Presidente do PMDB

O PMDB-Curitiba, diretório municipal eleito em convenção celebrada a 17 de julho de 2011, na pessoa do seu presidente Roberto Requião, do seu vice-presidente e pré-candidato a prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo e de seu deputado federal João Arruda, todos militantes de sabida participação nas campanhas dos presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, vem respeitosamente expor:

1. Temos apoiado o PT – Partido dos Trabalhadores – em sucessivas eleições majoritárias, e recebido apoio recíproco em várias ocasiões. Desde a eleição municipal curitibana de 2004 em que fomos com o então candidato Ângelo Vanhoni, até as duas eleições presidenciais em que apoiamos o presidente Lula.

2. Repetimos isto, aqui na cidade de Curitiba, e no estado do Paraná, nas eleições de 2010, quando o PMDB indicou Michel Temer para vice de Dilma Rousseff, reproduzindo a exitosa aliança que se estendeu ao Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins, Espírito Santo, Ceará, Paraíba e Alagoas.

3. Para a eleição deste ano, o noticiário político recente nos causa apreensão.

Numa cidade onde nossos adversários – prefeito Luciano Ducci (PSB) e o então candidato ao senado Gustavo Fruet (na época no PSDB) – apoiaram veementemente o candidato derrotado José Serra, dando-lhe expressiva vitória…

O diretório municipal do PT de Curitiba – por influência de atuais ministros – não só seria proibido de lançar candidatura própria ao pleito municipal, e/ou de celebrar acordo estratégico com o PMDB de Curitiba, como estaria sendo impelido a apoiar o ex-deputado federal Gustavo Fruet, ex-PSDB, neo-PDT, partido que parece já não integrar a base do governo Dilma Rousseff, cf. se desprende da recente votação da Lei de Previdência Complementar dos Servidores Públicos.

4. Será que se vai cometer um erro histórico em Curitiba, dividindo a base mais fiel e expressiva do Governo Dilma, para apoiar o algoz de tantos companheiros – já astro dos noticiários – quando se inventou a demolidora denominação marqueteira de direita chamada “caso Mensalão”?

5. Será que vamos ser incoerentes por capricho ou estratégia equivocada para 2014?

A maioria do eleitorado esclarecido de Curitiba veria esse possível e desastroso apoio a Gustavo Fruet soando como uma confissão de culpa.

Política se faz assim? Conhecedores de sua ilibada moral, trazemos ao seu conhecimento nossa posição contrária a essa possibilidade que, sinceramente, esperamos não aconteça. E deixe de acontecer por sua ação política.

6. Em, consumando-se este rompimento do PT com o PMDB, na cidade de Curitiba, estaria anulado o pensamento estratégico em boa hora expresso pelo ex-ministro José Dirceu no seu blog, na edição do último dia 2 de março:

“É importante termos em mente que, no pleito de 2012, o número de alianças no primeiro turno não reflete a realidade do amplo arco de alianças entre os dois partidos. É no segundo turno que vemos o quanto a aliança PT-PMDB é vital para ambos.

Como vemos a aliança PT-PMDB não é pouca coisa. Então, vamos deixar os municípios em paz e discutir o que interessa ao PMDB: suas relações com o governo federal.”

7. Alternativa construtiva ao equívoco político demolidor, que se desenha sombrio – pragmatismo provocado pela divulgação no ano passado de pesquisas de opinião sem qualquer fundamento, num momento em que 88% do eleitorado ainda não pensou na eleição e não decidiu em quem votar – seriam duas:

A aliança entre os dois partidos, mesmo que informalmente no primeiro turno.

Uma sólida cooperação, alicerçada em programa comum, no segundo turno.

O esclarecido eleitorado da cidade de Curitiba não vai acatar a transformação em trampolim político de uma Prefeitura – que já foi modelo em planejamento urbano, soluções inovadoras e administração pública para o Brasil e o mundo.

Sinceramente, saudações democráticas e curitibanas.

Roberto Requião

Presidente do PMDB de Curitiba

Senador do Paraná

Rafael Valdomiro Greca de Macedo

Vice-presidente do PMDB-Curitiba

Prefeito de Curitiba 1993-1996

João Arruda

Deputado federal

Secretário-geral do PMDB do Paraná

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