por Ruth Bolognese
Ativo e operante
Para quem divulga por aí, como eu, que o presidente licenciado da Câmara de Vereadores, João Cláudio Derosso, não exerce suas funções de vereador depois dos escândalos, uma informação: nos últimos seis meses ele apresentou 13 projetos de lei, nenhum deles para dar nome de defuntos às ruas de Curitiba. Não é nada, não é nada, não é nada mesmo. Mas salva a pele dele de perder o mandato por ausência ou inoperância.
Os números
Quem circula pela Câmara, sabe: são 20 vereadores dispostos a votar pela instalação da comissão de afastamento definitivo de João Cláudio Derosso da Presidência da Casa, o que é suficiente. Para tirar-lhe a presidência, no entanto, só com a assinatura de 26 colegas-vereadores, 1/3 dos 38 existentes. E para tirar-lhe o cargo pelo qual foi eleito, aí só com a decisão do Supremo Tribunal Federal, o que significa uns bons 20 anos pela frente. Derosso pode ser vereador sossegado e até se reeleger. Se passar pela Lei da Ficha Limpa, fica.
Silêncio dos ingratos
Em solidariedade a Derosso é bom lembrar que seus companheiros fiéis, que o mantiveram 14 anos como presidente da Casa, como o governador Beto Richa e o prefeito Luciano Ducci, permanecem em silêncio ingrato. E agora, com a proximidade das eleições municipais, até o PSDB começa a lhe dar as costas. Sempre lembrando Guimarães Rosa: “Ingratidão é o pecado que o homem menos reconhece em si”.
Fábio Camargo em ação
Taí, o deputado estadual Fábio Camargo registrou mesmo seu nome na OAB para concorrer à vaga de Desembargador pelo Quinto Constitucional.
Que segurança?
E por falar em Desembargador, o presidente da OAB, Lúcio Glomb, continua sem entender como é que Comarcas do Paraná ficam mais de mês sem Juiz, por falta de recursos e de Juizes, e o Tribunal de Justiça compra 90 carros para Desembargadores, alegando questões de segurança.
Para Glomb, quem precisa de segurança são os juizes do Interior que pegam pela frente processos envolvendo gente perigosa e poderosa e nem carro têm, que dirá segurança.
Diz o ditado popular, que quando o barco começa a vazar, os ratos são os primeiros a saírem. E isto tá acontecendo, nesta estória do Derosso. Segundo informações, todos esses vereadores que hoje apontam o dedo para o Derosso LargaoOsso, viviam na ante sala de seu gabinete, pedindo favores, cargos em comissão, viagens, abono de faltas, verba para jornais, programas de televisão e rádios, além é claro, de participaram do risoto da Sapolândia. Só que esquecem, que agora é ele o alvo, depois pode ser qualquer um dos nobres e ilibados vereadores.