10:52Sobre frutas nas ruas e jornalismo

por Sergio Brandão

Vejo no ” Bom dia Paraná” fartura de frutas pelas ruas de Maringá. Jabuticaba, banana, abacate, goiaba, espalhadas por muitas calçadas, que se oferecem gentilmente caindo de seus pés. Isso me fez lembrar da minha passagem por Porto Velho, capital de Rondônia. Foram muitos meses por aqueles lados vendo também muita oferta de frutas pelas ruas, especialmente manga. Me recordo de uma conversa com um morador da região: dizia ele que por aqueles lados do Brasil passa fome quem quer. A gente sabe que não é bem assim, mas também sabe que com uma iniciativa mais séria esta fartura pode mesmo resolver alguns problemas. As frutas caem, apodrecem e toneladas são desperdiçadas. Quando reclamo da superficialidade dos enfoques que os telejornais dão, falo justamente disso. Hoje o problema é mais grave porque também passa pelas redações dos diários e sites. Parece que resolveram copiar a tv na superficialidade que dão a muitos temas que merecem mais atenção. Qualquer um sabe que o aprofundamento, a discussão são o caminho da luz. É só pensar mais um pouco, criar núcleos, contratar, gastar um pouco mais de dinheiro com campanhas, pesquisas, estudar, dedicar algum tempo, que a luz aparece. Sei que isso depende exclusivamente dos empresários da Comunicação que ordenam cortes de gastos, principalmente nas redações. Independente deles, um bom começo para hoje é não cair na tentação de fazer a matéria e colocá-la o mais rápido possível no ar. Desdobra, pensa, conversa, troca ideia. Assim, quem sabe o jornalismo também cumpra o seu papel social. Uma outra função, além desta de apenas dar a notícia. Um trabalho ainda um pouco pobre, insuficiente para as necessidades sociais de agora. “Não basta ser pai, tem que participar”.

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