por Ruth Bolognese
O gentleman da Segurança
Pela linguagem sofisticada e pelos modos cavalheirescos, não se pode chamar o jovem secretário da Segurança do Paraná, Reinaldo de Almeida Cesar, de “uma moça” para não ferir suscetibilidades masculinas numa área que tanto propaga a força e a virilidade como função específica.
Mas o secretário Almeida Cesar, que sempre se auto-remete à condição de delegado da Polícia Federal, faz da gentileza um exercício permanente, arrematado ainda com um vocabulário de alto nível, onde um termo figurado como “malaco”, por exemplo, tão afeito ao meio policial, soa como obsceno. No mínimo, tal postura ajuda na condução das negociações salariais com PMs e afins.
Na entrevista que deu hoje pela manhã ao Jornal da Massa, do SBT, o secretário da Segurança foi confrontado com as imagens das cadeias superlotadas, onde os presos (são 16 mil no Paraná) se espremem em celas minúsculas e balançam os braços atacados pela sarna como caranguejos pedindo socorro. Na linguagem pós-moderna de Almeida César, a situação dramática das delegacias superlotadas foi descrita como “presos indevidamente custodiados”.
Para o preso, que está lá no cubículo, aguentando um calor de rachar com outros 40 companheiros, o fato de ser chamado de “malaco” ou de “preso indevidamente custodiado” não muda nada. Mas para quem está aqui do lado de fora, tomando limonada suiça gelada, o mundo fica muito melhor. Até o dia em que se encontra pela frente um “preso indevidamente custodiado” recém fugido da cela, lógico.
Lerner mata saudades
O “Camponesa do Minho, como o próprio nome indica, um tradicionalíssimo restaurante português de Curitiba, recebeu na quinta-feira da semana passada um animado grupo em torno do bom bacalhau e do bom vinho. Onze amigos e um ex-governador, Jaime Lerner, que matou saudades dos velhos tempos do Palácio Iguaçu. Estavam lá Ernani Buchmann, Jaime Lechinski, Marcos Brás, Eduardo Virmond, Júlio Zaruch, José Dionisio Rodrigues, Aldo Almeida, Tataio Betega, Caio Soares, Dante Mendonça e Carlos Deiró.
Não é nada, não é nada, já é uma cúpula partidária em busca de um candidato.
A querida “serpente” sequer lembrou do palavreado do antecessor do Dr. Reinaldo, o famigerado “roberto carlos” que tal como seu chefe requião costumava falar “abissolutamente”, “adivogado” mas seu forte eram as grosserias desmedidas e injustificadas.
Pode não resolver a situação do preso, mas é isso mesmo que o secretário disse, ele está certo. Pela Lei, o cidadão tem que ser levado diante de um juiz e, das duas, uma:
1) ser solto;
2) ser remetido a um presído.
Delegacia não é para se cumprir pena, serve apenas para custodiar a criatura até que a justiça dê sua palavra.
Engraçado como a trupe do Canal do Massa/Ratinho muda o tom quando entrevistam alguém ao vivo. Basta o entrevistado estar lá no estúdio para começar aquele tom formal, tanto do gardenoso Ogiê como do bicudo e colorido gaúcho que dirige o programa. Da Rutê só sai achincalhe, deboche e palavreado chulo.
Experimenta falar do “new Phebo” da segurança na semana que vem, pra todo mundo ver o pau cantando… e la nave vá !!!
´Sobre o festerê do Lerner e a saudade do Iguaçu ela está errada, pois muitos dos presentes não faziam parte da equipe.
Fico com a pulga atras da orelha, pois a rede massa é do ratinho.. até que ponto os tres batem por ordem superiores??