No ano passado 125 mil trabalhadores recorreram ao auxílio-doença do INSS por causa de problemas de saúde com drogas ilícitas. O afastamento pelo uso de crack, cocaína, anfetaminas e maconha é oito vezes maior do que pelo consumo de álcool e cigarro, segundo dados Ministério da Previdência publicados hoje pela Folha de São Paulo (ler íntegra abaixo). A conta paga pelo governo federal chegou aos 108 milhões. Talvez por isso começou a ficar preocupado. O panorama de horror nesta área parece aumentar cada vez mais. Apesar do cacarejar nas campanhas eleitorais por conta da chaga exposta que é o consumo de crack em todo o país, as campanhas de prevenção inexistem ou são ineficazes. O combate ao narcotráfico num país da dimensão do Brasil e com fronteiras abertas à entrada da maioria das drogas é inviável. Não há vagas suficientes na rede pública para atender a demanda de portadores desta doença que é incurável, mas controlável. São raras as empresas que amparam os trabalhadores dependentes e têm convênios com clínicas particulares cujas diárias chegam a custar R$ 500 (no Paraná, as montadoras de automóveis fazem isso, as estatais Sanepar e Copel, Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil são algumas delas). Isso, mais o alto grau de desconhecimento do problema e preconceito pela doença, faz com que, muito mais que estes que procuram o INSS, um número incalculável de brasileiros morram abandonados sem ter uma chance de recuperação.