Uma ideia sobre “Imoralidade

  1. Mr. Walker - O Fantasma que anda

    Os fatos

    A forma como se deram os acontecimentos indicam que a intenção da polícia era acabar com a festa.

    Durante o dia, milhares de pessoas tomaram as ruas do centro histórico. Mesmo sem qualquer policiamento preventivo da Guarda Municipal e da PM, tudo ocorreu em paz.

    A falta de policiamento era uma preocupação do próprio bloco, que sempre realizou o pré-carnaval por conta própria. Durante uma década eram poucas pessoas, mas nos últimos anos o afluxo de pessoas aumentou assustadoramente. O lugar-comum, de que Curitiba não tem carnaval, passou a ser questionado.

    O poder público local nunca viu com bons olhos a festa. Nunca deu apoio com aquilo que seria básico, segurança e banheiros químicos.

    Para este ano, quando foram procuradas, as autoridades lavaram as mãos e passaram a exigir que o grupo adotasse medidas para eventos de grande porte. Encararam a festa como evento privado, sem qualquer responsabilidade do poder público.

    Como não tem patrocinador, o bloco cogitou a possibilidade de não sair. Mesmo assim, decidiu ir ao Largo da Ordem, na cara e na coragem nos últimos três domingos. Tem mais uma saída marcada (ao menos, por enquanto) para o domingo que vem.

    Na semana passada ocorreu o primeiro incidente nesses 15 anos do Garibaldis e Sacis. Embora tenha sido um conflito isolado, logo contornado pelos próprios foliões, a preocupação com a segurança voltou à tona com maior força.

    O bloco voltou a procurar as autoridades para reforçar a necessidade do policiamento preventivo. Nas redes sociais e na mídia espalharam-se críticas e denúncias de que o poder público estaria esperando ocorrer uma catástrofe para acabar com a festa.

    Pelo visto, em vez de esperar a confusão, os governos Beto Richa (PSDB) e do prefeito Luciano Duci (PSB), aliados, decidiram provocá-la.

    Durante o dia, não havia policiamento. À noite, no encerramento da festa, usaram uma suposta confusão para invadir o Largo da Ordem e fazer um verdadeiro arrastão. Isto indica que a ação deve ter sido planejada. A PM não agiu onde teria havido o tumulto. Fez uma varredura do Largo da ordem de alto a baixo. Da Praça Garibaldi à esquina entre as ruas Mateus Leme e 13 de maio.

    O motivo parece ser uma tentativa de marginalizar o bloco, de colocar a população contra e acabar com a festa. O Garibaldis e Sacis não se enquadra nos padrões tradicionais curitibanos, elitizados, como o Festival de Teatro (nada contra, apenas é exemplo de evento que o poder público local gosta). Este é um evento privado e tem todo o apoio da Prefeitura Municipal.

    É o jeito tucano de ser.

    Luiz Herrmann, jornalista (- integante do bloco Garibaldis e Sacis

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