por Mané Galo, da Ilha do Chapéu, na Baía de Guaratuba
Na década de 70 o ditador paraguaio Alfredo Stroessner construiu uma casa em Guaratuba, onde esteve várias vezes. Sempre que chegava na cidade (via ferry-boat), o barco em que viajava era exclusivo. Quem estivesse esperando na fila, ficava na fila aguardando o ditador passar com seu séquito. Os jornalistas costumavam frequentar Guaratuba nesses dias para fazer matérias com o poderoso general. Jorginho trabalhava no Diário do Paraná e foi escalado para tentar uma entrevista com o ditador no balneário. Chegando na cidade constatou que o aparato de segurança era muito forte e mantinha os estranhos à distância. Procurou um telefone próximo para manter contatos com a redação. Não encontrou nenhum. Conseguiu uma lista telefônica da cidade na tentativa de localizar um aparelho próximo à casa do ditador. Para seu espanto, verificou que o nome do general estava na lista. Pegou o telefone, discou e ouviu uma voz de coronel (coronel ditador tem voz característica, segundo ele).
– Alô, quer falar com quem? perguntou a voz de coronel.
– Com o generalíssimo.
-Ele não pode atender.
Jorginho desligou e parou para pensar.
– Mas que ditador é esse que tem o nome na lista telefônica?…
– Alô, quer falar com quem? perguntou a voz de coronel.
– Com o generalíssimo.
-Ele não pode atender.
Jorginho desligou e parou para pensar.
– Mas que ditador é esse que tem o nome na lista telefônica?…