Cassio Loredano
O gênio de Pau Grande
Com o Garrincha jogando
a bola ia sempre na mesma direção,
para o mesmo lado do campo
ou às vezes nem ia até.
Ficava ali, parada, olhando pro Mané,
que olhava os adversários no chão.
Em segundos que pareciam horas,
pensava: “Deus joga certo por pernas tortas”
de Antonio Thadeu Wojciechowski
Não era camisa 1 porque não queria ficar preso a nada, não era a 5 porque não queria ficar devendo duas ao outro, também não era a 10 porque queria a perfeição na imperfeição, e não era a 11 porque a linha de fundo era sua escapada, só podia ser a 7 – indomável camisa.
Na pracinha perto do estádio do Boca Juniors em Buenos Aires um argentino sentado num banco estendeu a mão e perguntou-me: Pelé o Maradona ? Disse-lhe de pronto: Garrincha. Imagino o hermano lá sentado até hoje sin más que.