18:18Perto do “cavalo babão”

por Sergio Brandão

Como todas as manhãs, entre 8 e meia e 9 horas saio para o meu passeio com Helena, minha filhota de 2 anos e 2 meses. Caminhamos dois quarteirões. De casa até a Igreja do Rosário, para ver as pombas, gente dormindo pelas calçadas e o “cavalo babão”, que divertem ela.  Na sexta-feira, partindo da Trajano Reis, chegando na esquina da Igreja, um carro da polícia estacionou em cima da calçada. Dele desceram dois policiais. Penso em voz alta: estes caras podiam parar como todo mundo, no meio fio. Tem lugar, não há nenhum fato que justifique o carro em cima da calçada. Isso é abuso de poder, completei meu raciocínio, resmungando. A Helena repete exatamente o mesmo texto quando passamos em frente aos dois policiais. Fiquei sem graça, claro. Embora fosse engraçado uma baixinha daquelas que nem fala direito dando esporro em dois galalaus, eles não esboçaram nenhum sorriso. Ainda me olharam com cara de quem repreende o adulto que carrega a criança. Como se eu tivesse mandado ela dizer aquilo. Segui meu passeio com Helena até finalmente chegar ao “cavalo babão”. Ali, ela desfila no parapeito. Sabe que a água é suja e que cair ali não seria um bom negócio.  Por isso, me dá a mãozinha para ser conduzida na volta pelo chafariz. Ela dá o primeiro passo e um dos policiais, o maior deles, vem atrás e se aproxima de nós. Helena, no reflexo diz, “aiaiai, moço, vai caí(r)! Não podiii. Tem que da(r) a mão pro papai”. Fiquei imaginando aquele galalau de mãozinha dada comigo, passeando pelo chafariz. Acho que ele também pensou o mesmo. Finalmente Helena arranca um sorriso do policial, mas não me deu a mão, o policial. Saiu dali direto para dentro do carro. Era mais seguro. Em menos de 3 minutos já tinha tomado dois esporros.

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Uma ideia sobre “Perto do “cavalo babão”

  1. Maringas

    Brandão: leve a Helena pra dar um esporro nos chefes dos ‘galalaus’; aqueles que mandam uma equipe pro Rio Grande do Sul fazer uma operação de resgate de sequestro e esquecem de avisar os ‘brigadianos’ de lá. São esses chefes que mandam os caras estacionarem as viaturas nas calçadas, pra passar pra população a falsa impressão de segurança.

    Grande Helena; sabe tudo mesmo ainda não sabendo de nada.

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