por Claudia Queiroz

O direito à inocência de Derosso
Imprensa que desde julho questiona, julga, incrimina e condena não tem coragem de revelar que todas as acusações feitas até agora fazem parte de um jogo político que já está de olho nas eleições do ano que vem

A condenação prévia da imprensa pelas supostas irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara Municipal de Curitiba chega a um momento interessante. Ao invés de buscar reparar ou amenizar parte dos transtornos causados com a insistência e distorções do tema envolvendo o presidente licenciado João Claudio Derosso, usa os veículos (jornal, TV, site e blog) como instrumentos políticos e não informativos, como deveriam fazer. Aliás, em nenhum momento até agora foi cogitada pela mídia a possibilidade da inocência.

Coube erroneamente à imprensa as funções de informar, mesmo que com dados errados – e desde que fosse em primeira mão -,  julgar e condenar os réus. A saia deve ficar ainda mais justa quando os veículos que receberam parte das verbas de comunicação forem chamados para justificar o recebimento pelos informes publicitários divulgados em seus espaços comerciais.

Toda essa documentação esteve disponível aos vereadores – de situação e oposição -, além de já estar nas mãos do Ministério Público, Tribunal de Contas e demais órgãos competentes. Ao longo de 6 meses, não houve cerimônia alguma em invadir e escancarar nossa vida pessoal. Aproveito para ressaltar que jornalismo é uma atividade de prestação de serviços à comunidade. Cabe à essa profissão informar seus leitores com isenção e imparcialidade. Ética também é uma prerrogativa fundamental do bom jornalismo.

Infelizmente, assim como em todas as profissões, existem os bons e maus profissionais. E vai caber à justiça, nos próximos meses, colocar cada qual em seu devido lugar.