6:53Debaixo da saia

Do ombudsman:

Como é que a gente descobre a corrupção e o(s) corrupto(s)? Pela notícia. Tá todo mundo de saco cheio com esses jornais, revistas e uma vez ou outra as TVs, cujos telejornais leem os jornais e revistas com os “cases” dos corruptos. Elas, raramente investigam. São concessões.

Bueno. Mas quem mandou nomear os suspeitos e dar armas a essa imprensa canalha e golpista? Dilma não disse no discurso de posse que não haveria mal feitos no seu governo? Disse ou não disse?

Com seu novo cabelinho empinado vociferou (ao Aurélio, companheiros!) que, se  Fernando Pimentel fizer besteira como ministro, vai ao Congresso se explicar. Como as acusações se devem quando ele estava “na vida privada”, disse a presidente,”vai se quiser, se não, não vai”. E estamos conversados? Uma ova. O cara deve responder as questões levantadas pelo jornal “O Globo” de ontem (13)  (Veja abaixo). 

Dilma, a braba, deve assumir que nomeou mais um ministro ficha suja.

O problema da Dilma, a braba, é que  tem um pessoalzinho nesse país achando que  corrupção e corruptos não podem se esconder embaixo da saia. Nem da Presidente.

O jornal O Globo publicou, na terça, perguntas que não querem calar. Ou melhor dizendo: perguntas que o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, se recusa a responder a propósito de suas atividades como consultor de empresas em 2009 e 2010 quando faturou R$ 2 milhões. Uma titica se comparado com o que faturou na mesma época o ex-ministro Antonio Palocci, da Casa Civil.

As perguntas que Pimentel, se quiser, poderá tirar de letra:

1. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) informou que Pimentel, então ex-prefeito de Belo Horizonte, foi contratado, por meio da P-21 Consultoria e Projetos Ltda. para propor programas de desoneração tributária e desenvolvimento ao governo federal. Quais foram esses programas?
2. A Fiemg informou que Pimentel deu “orientação aos técnicos e colaboradores para elaboração e desenvolvimento de conteúdos”. Quem são os técnicos e colaboradores que trabalharam sob sua orientação?
3. Por que negócios de R$ 514 mil, R$ 400 mil e R$ 130 mil foram feitos por Pimentel sem contratos formais – apenas verbais?
4. Que garantias de prestação do serviço Pimentel dava aos seus clientes?
5. E por que o ministro não apresenta a comprovação dos serviços prestados, já que confirma ter recebido todos os valores publicados pelo O GLOBO?
6. Por que o ministro omitiu ao jornal O GLOBO ter prestado serviços à ETA Bebidas Ltda., de Pernambuco, na hora de somar os valores recebidos com sua atividade de consultoria?
7. O ministro conhece Eduardo Luis Bueno, sócio da ETA Bebidas e acusado por doação ilegal de recursos na campanha eleitoral de 2006? Se sim, desde quando e como se conheceram?
8. Para prestar serviços à ETA, Pimentel viajou a Pernambuco para conhecer detalhes do mercado de refresco de guaraná no Nordeste? Ou prestou o serviço a partir de Belo Horizonte?
9. Na última quarta-feira, O GLOBO contactou todos os donos da ETA desde a sua fundação. Eles negaram conhecer Pimentel. No dia seguinte, a empresa divulgou nota confirmando a contratação de Pimentel como consultor e informou que ninguém daria mais entrevistas. Quem são os diretores da ETA com quem Pimentel afirmou ter mantido contato telefônico durante a prestação de seus serviços de consultoria?
10. O ministro sabe dizer qual era o faturamento médio da ETA quando prestou a consultoria?
11. Quem é o dirigente da Federação das Indústrias de Pernambuco que Pimentel afirmou, em entrevista à “Folha de S. Paulo”, ter indicado seu trabalho aos donos da ETA?

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