15:23A privataria tucana em livro de reportagem

Da assessoria de imprensa da Geração Editorial:

PRIVATARIA TUCANA: LIVRO-DENÚNCIA TRAZ BASTIDORES ESPANTOSOS DE UMA ERA DE ESCÂNDALOS E CORRUPÇÃO 

Com 200 páginas e 16 capítulos que jamais deixam cair seu contundente interesse, PRIVATARIA TUCANA é o resultado final de anos de investigações do repórter Amaury Ribeiro Jr. na senda da chamada Era das Privatizações, promovida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra. A expressão “privataria”, cunhada pelo jornalista Elio Gaspari e utilizada por Ribeiro Jr., faz um resumo feliz e engenhoso do que foi a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas “offshores”, empresas de fachada do Caribe, região tradicional e historicamente dominada pela pirataria.

Essa “privataria” toda foi descoberta num vasto novelo cujo fio inicial foi puxado pelo repórter quando ele esteve a serviço de uma reportagem investigativa, encomendada pelo jornal “Estado de Minas”, sobre uma rede de espionagem estimulada pelo ex-governador paulista José Serra para levantar um dossiê contra o ex-governador mineiro Aécio Neves, que estaria tendo romances discretos no Rio de Janeiro. O dossiê teria a finalidade de desacreditar o ex-governador mineiro na disputa interna do PSDB pela indicação ao candidato à Presidência da República, e levou Ribeiro Jr. a uma série de investigações muito mais amplas, envolvendo Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, o próprio Serra e três de seus parentes: Verônica Serra, sua filha, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marín Preciado. Serra e seu clã são o assunto central do livro, mas as ramificações e consequências sociais e políticas das práticas que eles adotam são vastas e fazem com que o leitor comum fique, no mínimo, estupefato.

Sem dúvida, o brasileiro padrão, mediano, que paga seus impostos, trabalha dignamente e luta pela vida com dificuldades imensas estará longe de compreender o complexo mundo de aparências e essências, fachadas e bastidores da corrupção política e empresarial, e toda a sofisticação desses crimes públicos que passam por “lavanderias” no Caribe, e, neste caso, o estilo objetivo e jornalístico de Amaury Ribeiro Jr. é de grande ajuda para que as ações pareçam inteligíveis para qualquer pessoa mais instruída.

Um dos principais méritos do livro é descrever toda a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das “offshores” a empresas de fachadas no Brasil, e da subsequente “internação” desse dinheiro nas fortunas pessoais dos envolvidos. Neste ponto, o livro de Ribeiro Jr., embora não tenha nada de fictício, segue a trilha de livros policiais e thrillers sobre corrupção e bastidores da política, já que o leitor pode acompanhar o emaranhado e sentir-se recompensado pelo entendimento. O livro, aliás, tem um início que de cara convida o leitor a uma grande jornada de leitura informativa e empolgante, revelando como Ribeiro Jr., ao fazer uma reportagem sobre o narcotráfico na periferia de Brasília, a serviço do “Correio Braziliense”, sofreu um atentado que quase o matou e, descansando desse atentado, voltou tempos depois a um jornal do mesmo grupo, “O Estado de Minas”, para ser incumbido de investigar a rede de espionagem estimulada por Serra, mencionada no início. É o ponto de partida para tudo.

O que este PRIVATARIA TUCANA nos traz é uma visão contundente e realista como poucas dos bastidores do Brasil político/empresarial. O desencanto popular com a classe política, nas últimas décadas, acentua-se dia após dia, e um livro como este só faz reforçá-lo. Para isso, oferece todo um manancial de informações e revelações para que o leitor perceba onde foi iludido e onde pode ainda crer na humanidade, pois, se a classe política sai muito mal, respingando lama, dessas páginas, ao menos o jornalismo investigativo, honesto e necessário, prova que os crimes de homens públicos e notórios não ficam para sempre convenientemente obscurecidos. Há quem os desvende. E quem tenha coragem de revelá-los.

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7 ideias sobre “A privataria tucana em livro de reportagem

  1. Orlando Felipe da Conceição

    Caro Zé Beto,

    Acabo de ler o Capítulo 8 do livro “A Privataria Tucana” disponibilizado no site do Cláudio Humberto. À página 170 do livro o autor relata um absurdo na privatização de empresa pública: a PREVI teria pago 2 bilhões por 49% de um negócio de 4,1 bilhões (é só somar 1,6 bi pagos pela sócia espanhola e 500 milhões pagos pelo BB como o autor informa). Ora, 2 bi de 4,1 bi dá, e sempre deu, 48,7%. Que por sinal, é menos de 49%.
    Quanto a pagar sem deter o controle da nova empresa, PREVI e BB ficaram mandando na nova empresa com mais de 60% do capital, ainda segundo os valores informados pelo autor. Cadê o gritante mal negócio denunciado? Precisa ler o resto da “magnífica” e “detalhada” investigação publicada como denúncia?

  2. João Enxada.

    Orlando! Claudio Humberto, vc pensa que temos memória fraca, o referenciado era o Deonilso Roldo do Collor. Para melhor embasamento seu leia o link abaixo.

    Mando aí sinopse do livro na Livraria Folha:
    http://www.facebook.com/photo.php?fbid=188258561266488&set=a.141036112655400.31439.100002470373033&type=1&theater, é interessante, torna o livro deveras contundente e respeitável. É um Print, por via das dúvidas, eles podem mudar o texto ou sumir com o artigo.

  3. flavio moraes

    Existem varias reportagens, da época sobre esta “Privatização” com a venda das empresas brasileiras para grupos estrangeiros. Montavam uma empresa com o mesmo nome da Matriz, constituída por 2 empresas em paraísos fiscais diferentes, e o BNDES “emprestava (dava)” os recursos com carências absurdas e pagamentos em parcelas anuais de longo prazo. Começaram a vencer no inicio do Gov. Lula e não pagaram. O Presidente do BNDES da época divulgou as falcatruas feitas por estas empresas, sendo a alternativa o Banco virar sócio, como no caso da Eletropaulo em São Paulo. O nosso governador daquela época colocou a Copel no mesmo esquema, para sua surpresa a empresa tava tão complicada que foi 3 vezes a leilão e não apareceu nenhum comprador, mesmo com estas facilidades que o BNDES concedia. Seria interessante o Ingo explicar o que aconteceu que não conseguiu vender a empresa.

  4. Carlito K

    Todo mundo parece ter ficado feliz com a privatização. Os tucanos que fizeram a lambança e, hoje, o PT. Metade de tudo ficou com os Fundos das estatais, administrados agora sob a influência de petistas. Aliás, financiados com dinheiro do BNDES… dinheiro público!

  5. PAULO SERGIO MOREIRA

    Zé vou comprar o livro. Será que contém nomes de tucanos de nosso querido Paraná ?
    É…Pensando bem… Os tucanos(psdb) estão esmerilando seus bicos para se passarem por melros!

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