Da Folha.com, em reportagem de Marco Almeida:

O poeta, crítico e cronista Ferreira Gullar e o historiador e jornalista Laurentino Gomes foram os grandes vencedores da 53ª edição do Prêmio Jabuti, realizada na noite desta quarta (30), na Sala São Paulo. Gullar recebeu o prêmio de melhor livro de ficção por “Em Alguma Parte Alguma” (ed. José Olympio), também vencedor na categoria poesia. Gomes levou o troféu de melhor não ficção por “1822” (ed. Nova Fronteira), vencedor da categoria reportagem, sob fortes aplausos -ele já havia sido reconhecido em 2008, por “1808”.

“Estou ganhando este prêmio num ano em que a José Olympio completa 80 anos a serviço da literatura brasileira. Não sei se poesia é literatura. Fora isso, fazemos poesia porque a vida não basta”, disse Gullar.
“A história serve para iluminar o passado, compreender o presente e construir o futuro. Queria fazer uma homenagem a todos os historiadores brasileiros, aos livros nos quais eu bebo para fazer os meus”, declarou Gomes.

Os dois vencedores do livro do ano levam, cada um, R$ 30 mil. Já os das demais categorias -são 29 ao todo- recebem R$ 3.000 cada um.

Nesta edição, apenas o primeiro colocado em cada categoria pôde concorrer à premiação de livro do ano. A mudança foi provocada após polêmica no ano passado.

“Se Eu Fechar os Olhos Agora” (ed. Record), de Edney Silvestre, havia sido eleito o melhor romance, mas o troféu de livro do ano de ficção foi para “Leite Derramado” (Companhia das Letras), de Chico Buarque, segundo lugar na categoria.

O resultado provocou uma queixa formal da editora Record à CBL (Câmara Brasileira do Livro), organizadora do prêmio, e protestos em blogs e no Twitter. A empresa chegou a anunciar que não mais inscreveria suas publicações no Jabuti.

Depois que as regras foram revistas, a Record reconsiderou sua decisão. O agora laureado “Em Alguma Parte Alguma” saiu pela José Olympio, braço do grupo editorial Record.