por Mauricio Dias na coluna “Rosa dos Ventos” da revista CartaCapital

Há quem esteja espantado, ou se finge assim, com o fato de Dilma Rousseff ter trocado cinco ministros em apenas dez meses de um governo de 48 meses.
Não é um ritmo incomum em governos de coalizão, independentemente dos motivos da troca: suspeita de corrupção ou declarada incompetência.
Lula também trocou seis ministros no primeiro ano de seu primeiro governo, acusados de malfeitos.
Não é, porém, situação específica de governos petistas.
Como funcionou a coalizão dos tucanos com o PFL e o imperecível PMDB?
Em 96 meses de governo, FHC teve 115 ministros: 55 no primeiro mandato e 60 no segundo. Sem contar os ministérios extraordinários e as secretarias especiais.
Na antessala dele, o secretário especial da Presidência, Eduardo Jorge, tombou alvejado por denúncias de corrupção.
No primeiro mandato, o presidente tucano trocou cinco vezes o ministro da Previdência, quatro vezes o ministro da Justiça, o da Saúde, o de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e o das Comunicações. No segundo mandato, atingiu oum recorde de rodízio de ste titulares no Ministério da Integração.