13:18Jornal da guerra contra os taedos

de Manoel Carlos Karam

Tempo de guerra é tempo de inventores. Invariavelmente aparecem aqueles sujeitos que dizem ter inventado a máquina de guerra definitiva. Ou, os mais humildes, uma pequena invenção que vai revolucionar a história das guerras. Nós vivemos durante a guerra contra os taedos a experiência de uma reinvenção. Um sujeito chamado Adstríngio Davanivq inventou o coquetel molotov feito com um saco de batatas, um saco cheio de batatas, 50 quilos de batata, ou 40 ou 60, não faço questão de me lembrar. Os soldados taedos nunca imaginariam que o saco de batatas pudesse ser um coquetel molotov e muito menos que fosse lançado com a facilidade como se lança uma garrafa. Nunca soubemos se isso funcionaria porque nunca conseguimos lançar um único coquetel molotov feito com saco de batatas. O reinventor Adstríngio Davanivq, que ambicionava o Nobel de química e eu acho que escondia que era taedo, enlouqueceu. Destruiu o sanatório com coquetéis molotov feitos com bolas de futebol. Quando morreu, vítima de uma maionese preparada no quinto ou sexto sanatório da longa jornada loucura adentro, Davanivq deixou um manuscrito com a invenção que ainda promete: o coquetel molotov feito com a bíblia. Não se pode dizer que a guerra contra os taedos não tenha representado avanço científico.

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