12:18Bitucas de cigarro podem deixar de poluir e ainda gerar lucros

Pela causa:

Fumantes podem ser punidos se jogarem bitucas de cigarro no chão das ruas, praças e parques da cidade. A proposta, de autoria da vereadora Noemia Rocha (PMDB), foi amplamente debatida e aprovada por unanimidade, em primeiro turno, nesta terça-feira (8), na Câmara de Curitiba. A ideia é instalar lixeiras específicas, de baixo custo e resistentes, para o correto descarte em diversos pontos da cidade e, ainda, penalizar quem desrespeitar a norma. De acordo com a parlamentar, Curitiba tem 18,2% de fumantes, o que gera diariamente 1,5 tonelada de bitucas e que apenas 20 delas num manancial geram poluição equivalente a um litro de esgoto. “O filtro de cigarro entope bueiros, polui parques, ficando aproximadamente cinco anos na natureza até ser decomposto”, informou Noemia, na tribuna da Casa.
        Com relação à penalidade, a vereadora esclareceu que a punição deve ser a mesma aplicada para quem joga papel no chão. “O procedimento para apurar as infrações e aplicar as respectivas sanções dar-se-á segundo o disposto na lei municipal 11.095/2004”. As despesas com implantação e confecção das lixeiras ou recipientes exclusivos para o descarte poderão, segundo a parlamentar, decorrer de parcerias entre o poder público municipal e a iniciativa privada. “Empresas poderão utilizar os espaços para divulgação e publicidade”, justificou, acrescentando que as parcerias “não trarão custos à administração pública, o que viabiliza o projeto.”
        Quanto a fiscalização, Noemia Rocha disse que qualquer pessoa poderá fiscalizar o cumprimento das regras e denunciar infratores. A vereadora acredita que Curitiba se adaptará muito bem à proposta, assim como aconteceu com a lei antifumo e outras de caráter ecologicamente correto, como, por exemplo, a de separação de lixo. “Tenho certeza que os fumantes, ao perceberem que se jogarem bitucas em local apropriado para dar um fim útil ao material, altamente tóxico, não irão se opor a contribuir”, afirmou, lembrando que, além de confecção de papel, roupas e material para compostagem, os filtros podem ser reutilizados para hidrossemeadura. “A reciclagem é financeiramente viável e contribui absurdamente com a preservação meio ambiente”, enfatizou. O valor arrecadado com as multas deverão ser destinados ao Fundo Municipal do Meio Ambiente.
A matéria contempla, ainda, ampla divulgação e conscientização da população. Além de textos explicativos advertindo para a nova lei em locais de grande circulação, como bares, boates, restaurantes, prédios públicos e estabelecimentos que comercializem produtos fumígenos, deverão ser realizadas campanhas educativas sobre deveres, proibições e sanções impostas. A grande relevância ecológica e ambiental da proposta também deverá ser divulgada à população por meio de jornais, revistas, rádio e televisão. “Seguindo o exemplo do vereador Tico Kuzma (PSB), autor da lei antifumo, buscamos avanços para a qualidade de vida dos curitibanos”, afirmou Noemia.
Tico Kuzma também ocupou a tribuna da Casa para debater o assunto. Autor da lei antifumo, o vereador parabenizou Noemia pela preocupação com o meio ambiente, mas apresentou algumas preocupações. Na opinião dele, a exposição das lixeiras pode instigar fumantes ao vício, assim como os cartazes colocados nos bares. Kuzma falou da dificuldade em fiscalizar e punir infratores. Outro fato que ele considerou falho diz respeito às parcerias. “Lugares privilegiados, como a Rua XV, por exemplo, conseguirão os equipamentos. Mas, e a periferia?”, questionou.
Noemia Rocha acredita que não haverá problemas com relação à implantação das lixeiras, uma vez que o material é barato e comerciantes de todos os lugares da cidade têm vontade de divulgar seus estabelecimentos. “Empresários querem atrair toda a população, more ela no centro ou na periferia”, disse, alegando que o custo benefício é certo. Com relação ao incentivo, a parlamentar também discordou. “O cartaz informando que no local é proibido fumar pode despertar a vontade de fumar mais do que um explicando que o material pode ter destino correto, protegendo o meio ambiente”, opinou. E, por último, disse não se preocupar com a fiscalização. Ela acredita que o bom senso vai prevalecer, pois “trata-se de uma questão de educação”.

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4 ideias sobre “Bitucas de cigarro podem deixar de poluir e ainda gerar lucros

  1. tony

    Muita gente acredita piamente que as leis resolvem tudo, e esta idéia da vereadora é de uma insensatez e estupidez quase indizíveis. Primeiro, nunca vi ninguém ser multado porque é porco, ou seja, jogou bituca na rua. E querer fundamentar o seu raciocínio na reciclagem das bitucas, aí é coisa de doida mesmo, coisa de quem não tem mesmo o que fazer. ACarlos

  2. Diogo Almeida

    Defendo a ideia que os vereadores fazem muitos projetos inuteis, despropositais, ou por interesse proprio, devendo a seus eleitores(inclusive ganhando muito por nada)

    Por outro lado, ja que existe todo este bla bla bla do fumo, e um vereador, que gosta de aparecer, quer proibir inclusive em lugares abertos, praças, etc…Acabando com a liberdade de quem fuma….ou seja, completamente incoerente.

    Criar uma lei (desnecessaria talvez porque quem tem que criar consciencia são os fumantes) para jogar bitucas nas lixeiras, pode ser util…. Caso aprovada o Municipio se dispoe a colocar as lixeiras pelas cidades, e os fumantes param de poluir o chao…

    Se tiver lixo, aí sim, tem que ser penalizado o fumante pelo desrespeito de poluir a cidade. Mas o direito de fumar, não pode e não deve ser tolhido

  3. Indalécio

    A melhor lei seria obrigar esses fumantes a engolir suas bitucas. Pronto, vai resolver o problema sem gastar um centavo! E ainda faz esses malas fumacentos arcarem sozinhos com o problema que eles causam!!!

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