6:42Mudou para ficar na mesma

por Célio Heitor Guimarães

Se estivéssemos no velho Maracanã de guerra, o anúncio teria sido feito assim: “ADESG informa: sai Orlando Silva Jr., entra Waldemar Manoel Silva de Souza”. E fica tudo como estava: o time atacando pelas pontas, na surdina, para facilitar a entrada das ONGs pelo meio. O árbitro faz de conta que não vê as faltas e continua bloqueando o adversário.

Waldemar Silva e Souza era o secretário-executivo do Ministério do Esporte. Conhecia bem o “sistema”  implantado pelos ex-ministros Agnelo e Silva Jr.Agora, cuidará interinamente da pasta. Até que o PCdoB, dono do feudo, escolha outro nome. E o Brasil da “presidenta” Dilma continuará embolado no meio de campo.

Já que seo Orlando caiu e eu fui acusado de porta-voz da direita reacionária e raivosa, passo a palavra a José Roberto Guzzo, nome mítico do jornalismo brasileiro, em quem todo estudante de comunicação deveria se espelhar. Na última página da revista Veja desta semana, J. R. Guzzo foi direto ao ponto:

“É muito difícil para qualquer governo, por mais esforço que faça, ter uma equipe de ministros tão horrorosa quanto a que foi escolhida pela presidente Dilma Rousseff”.

Mais adiante: “Em nove meses de mandato da presidente, cinco ministros foram para a rua, um sexto, o do Esporte, acabou de virar assombração e ninguém, nem mesmo a presidente, é capaz de garantir quantos conseguirão completar seu primeiro aniversário no cargo. Se uma equipe dessas não está
entre as piores de todos os tempos, o que seria preciso, então, para que estivesse?”

E vai por aí afora, acentuando que “o ministério de Dilma é o resultado que ela colheu ao aceitar nomes impostos pelo seu antecessor, ceder às exigências da banda mais venenosa da política brasileira e deixar que continuasse funcionando, quase intacto, o processo de entrega da máquina pública aos interesses particulares de caciques da ‘base aliada’ e do seu próprio partido. Não podia dar certo. Não deu”.

Precisa dizer mais?

Só que José Roberto Guzzo foi um dos melhores diretores de redação que Veja teve, respeitado e admirado pelos colegas, capaz de, com “uma Plebéia Bic, transformar textos banais em manifestos épicos”, como revelou recentemente outro jornalista, Paulo Nogueira, que fora seu subordinado.

Segundo ainda Nogueira, Guzzo era de natureza superior, amava a simplicidade, jamais andou em carrões e nunca usou a profissão para fazer alpinismo social. Quando lhe perguntavam, no prédio em que morava, o que fazia na Veja, respondia: “Sou porteiro”.

Lula e Dilma acharam que Orlando Silva Jr. podia ser ministro do Esporte do Brasil.

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Uma ideia sobre “Mudou para ficar na mesma

  1. Miguel Orleryk

    Os governantes são o reflexo de seus eleitores. Pobres de cultura, ignorantes, incapazes para as funções a eles delegadas, incompetentes e na sua totalidade corruptos e desonestos.
    Esta é a parcela da população que ajuda a eleger facínoras para governar o Brasil.
    E infelizmente as diversas Bolsas criadas por FHC e desvirtuadas por Lulladrão vão continuar elegendo estes bandoleiros!

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