Ela voou para longe hoje cedo. Não sei por quê, mas sempre que encontrava com esta menina, me vinha a nítida impressão de que era um passarinho em forma de gente. Daqueles que não fazem alarde, que observam a paisagem com olha doce e quando piam, o som é mavioso e reconfortante. Não fui amigo dela, e sim de seu irmão, Kico, que é o oposto, locomotiva em constante movimento, criando estradas, abrindo atalhos. Sabia que Rosirene era tão criativa quanto, mas do seu jeitinho. Sabia que o texto desta jornalista que completaria 61 anos de vida era tão primoroso quanto a imagem que me passava. Nunca trocamos muitas palavras nestes anos todos que nos conhecemos, mas eu a admirava também por não ser como ela. “Ela estava sofrendo muito”, me disse o Kiko há pouco, de São Paulo, pouco antes de embarcar para Curitiba. Sim, eu sabia que ela estava doente há um bom tempo, mas quando a encontrei recentemente, ela que morava na rua de cima aqui no bairro Seminário, recebi um sorriso tão cativante, assim como aquele olhar de quem compreende o lado azul e o lado negro desta vida, mesmo porque tudo é incompreensível. Marco, o filho dela, estava ao seu lado neste último encontro. Parece um pássaro também. É o legado da minha amiga que voou hoje.
Havia tempo que eu não sabia dela. Também não a sabia doente. Começou conosco, comigo e com Luiz Renato Ribas, em TV-Programas, como estagiária. Era circunspecta, calada, entregava o trabalho e ía embora, sem mais delonga. Mas era competente. Depois, já no Correio do Paraná, foi entrevistar-me sobre a evolução da TV no Paraná e a revista que fizemos, a mando de Mussa José Assis. Lamento muito a partida dela e envio o meu abraço sentido à família. Era um talento nato, que deixará saudade.
A Rosirene está inscrita na memória do meu coração, com aquelas palavras que só ela sabia dizer e escrever.
Tive o prazer de trabalhar com ela em duas ocasioes diferentes. Profissional correta, competente e honesta. Assim como criou textos precisos, foi mae exemplar.
Minhas condolencias a familia Gemael.
Que descanse em paz.
Querida Rosirene, vai deixar muitas saudades!
Meus pêsames à família Gemael, Preta, Tatá e Kiko….minhas condolências.
Rosirene sempre foi uma pessoa inspiradora.
Uma pessoa inserida na realidade curitibana,
forte e inquieta, genial e simples. Deixa uma
lacuna definitiva e um grande legado.
Zé, a balança cada vez mais pesa pro lado de lá. E nós, do pobre lado de cá, vamos tentando tocar o barco com honra, em memória daqueles que levaram a vida com dignidade.
Rosirene foi da minha geração de jornalistas. Belíssima, discretíssima, revelava no texto irrepreensível a inteligência e a sensibilidade de que era dotada. Não era repórter das superficialidades. Ia fundo no que escrevia, apontava essências. Não se faz mais isso hoje em dia, Rosinere, minha amiga. Você continuará sendo luz.
Pingback: Adeus a Rosirene Gemael | Banco da Poesia
Conheci Rosirene nos anos 70 e aprendi a respeitá-la por sua contribuição importantíssima ao jornalismo cultural paranaense.
Apanhado de surpresa por esta notícia, lamento a perda e celebro essa mulher brilhante que regressa vitoriosa à Pátria Espiritual.
Foi uma das pessoas mais importantes na história do nosso jornalismo cultural, generosa, talentosa e extremamente ética. Uma parte significativa de seu trabalho foi preservada pelo livro “Jornalismo Cultural: Um Resgate”, de Selma Suely Teixeira.
Caro Zé Beto:
Apesar da surpresa que atingiu todos os que conheceram Rosierene, a homenagem feita a ela em seu blog foi comovente e precisa. Tomei a liberdade de transcrevê-la no Banco da Poesia, ppois não poderia ter usado palavras mais justas para registrar esse triste acontecimento.
Abs, Cleto
Conheci Rosilene nas linhas e entrelinhas. A página agora tá branca.