por Paulo Ferraz
Parece piada, mas a SESA distribui gratuitamente cada mês o remédio ERANZ ( cloridadto de donepezila ), indicado para o tratamento da doença de Alzheimer, de intensidade leve a moderada, em caixas com o timbre do Ministério da Saúde contendo apenas 28 comprimidos. Se os meses têm 30 ou 31 dias, exceto fevereiro, não sabemos se essa quantidade reduzida se deve a cortes do orçamento, houve erro na licitação ou nossas autoridades da saúde criaram o recesso de 2 ou 3 dias nos tratamentos médicos.
A propósito, uma nota da coluna “Batel, levou!” do Jornal do Batel:
A indústria farmacêutica é, sem dúvida, a força mais poderosa da economia mundial. Para ganhar cada vez mais não mede esforços. Veja alguns exemplos: no caso de insulina, de vez em quando um tipo sai do mercado e vem para substituí-lo outra denominação, só que daí o usuário tem que comprar um tipo especial de “caneta” para aplicação. E isto acontece com outros medicamentos e seus sucedâneos.
Outro caso e este é nota 10 em criatividade: para doenças crônicas a maioria dos medicamentos vem em cartela com 28 comprimidos. Tudo isto para que durante o ano você compre 13 cartelas. Ou seja, o ano para esses doentes tem 13 meses!
Fica o registro para que algum órgão de defesa do consumidor pense nisto e indague a razão dessa curiosa opção pelos 28 comprimidos.
A piada não está na SESA fazer esta distribuição, está na ANVISA permitir que o fabricante venda o remédio com 28 comprimidos e não 30 ou 31. Se alguém merece puxão de orelha é a ANVISA, e não a SESA. Criticar é ótimo, mas vamos criticar quem merece, e desta vez a SESA não merece reparo algum. ACarlos