por Célio Heitor Guimarães
Uma informação perdida no noticiário do final de semana, deveria ser notícia de primeira página de todos os jornais: o movimento contra corrupção toma corpo em todo o país.
Se nesta outrora saliente e ativa Vila de N. S. Da Luz dos Pinhais, a passeata do dia 12 de outubro não foi lá essas coisas, isso não quer dizer que noutras capitais não tenha colhido resultados positivos. Colheu e tende a crescer. No Rio, em São Paulo e, principalmente, em Brasília – cidade não muito afeita a movimentos dessa natureza, por viver distanciada do mundo e ser habilitada quase que totalmente por funcionários públicos e lobistas – milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a maldita corrupção e exigir medidas indispensáveis à saúde da nação, como a constitucionalidade da Ficha Limpa, o fim do voto secreto no Congresso Nacional e a abrangência do Conselho Nacional de Justiça. É a cidadania em marcha.
Melhor que isso, só o registro da colunista Eliane Cantanhêde, na Folha de S. Paulo, de que, assustados com o clamor popular, políticos e assessores já trabalham no sentido de estender os efeitos da Ficha Limpa, hoje restrita ao Poder Legislativo, aos poderes Executivo e Judiciário. Ou seja, nenhum candidato a uma vaga em qualquer um dos três poderes poderá assumir se já houver sido processado e condenado.
Está mais do que na hora. E se isso não conseguir extirpar de vez a corrupção da vida pública nacional, dificultará consideravelmente a sua ação.
Não sei se alguém já disse isso ou é só uma frase feita, mas não tenho pejo de repeti-la: o povo é o senhor do seu destino. Para conseguir o que deseja e o que merece, deve participar. Não basta apenas votar nas eleições regulares, porque os votados, em regra, não correspondem aos desejos e às necessidades dos votantes. Também não dá para ficar só à mercê dos fardados, dos estrelados, dos ilustrados e dos togados. Nem sempre (ou quase nunca) esse pessoal merece a nossa confiança. Aí estão os fatos diários a comprovar.
Já dizia – e bem – o nosso Geraldo Vandré dos velhos tempos de lucidez, “quem sabe, faz a hora; não espera acontecer”. Ou então, parafraseando os Novos Baianos: chegou a hora dessa gente mestiça, decente e trabalhadora mostrar o seu valor.
Me desculpe a sinceridade. De qual Brasília que se refere a matéria. A Ilha da Fantasia criada pelos jornais e revistas Veja, IstoE, O Globo, O Estado de São Paulo ou Folha de São Paulo? Ou a verdade Brasília que levou 500 mil pessoas contra Collor, os famosos CARAS PINTADAS, e não aqueles gatos pingados do Rio e São Paulo.
Detalhe, enquanto Brasília leva 20 a 40 mil manifestantes sem ligações partidárias as gigantescas cidades do Rio e São Paulo sequer levam 2 mil manifestantes.
Então, me desculpe, acho que tem gente que continua assinando a imprensa marrom ou é viúva da ex-Capital Federal.
Com todo o respeito, dona Mcnamara, não entendi o vosso raciocínio, que me pareceu meio contraditório.