18:19Jornal da guerra contra os taedos

de Manoel Carlos Karam

Os taedos eram uma gente estranha. A moeda, por exemplo, não existia em papel, somente em cobre redondo e, quanto maior o valor, maior a moeda, uma delas tinha a altura de um homem alto. Nós decidimos assaltar a fábrica de moedas dos taedos para impor uma derrota moral debochando das moedas deles. Acabamos nós caindo no ridículo. O transporte de moedas com tais dimensões foi um desastre. Três generais do nosso estado-maior se mataram de vergonha, suicídio triplo, os três juntos pularam da ponte, debaixo nem ao menos passava rio, suicídio sem tchibum, passava uma estrada de ferro (qual terá sido a onomatopéia?, a história não registrou e eu não me dei ao trabalho de inventar). Um quarto general tentou solitariamente o suicídio, mas errou o tiro, em vez de pegar na têmpora arrancou uma lasca do nariz e acertou na parede, na parte inferior direita da Santa Ceia que, por sinal, estava torta, disseram os técnicos em balística.

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