História paranaense. Era período de eleição e o cabo eleitoral mais requisitado de Cascavel fez uma via sacra levando um candidato a todas as casas conhecidas. A última era a de um vereador tímido, mas que estava na comitiva e fez questão de levar a tropa para a saideira. Para variar, foi servido um café. Que estava gelado e devia ter sido feito horas atrás. Todos estranharam, contudo, que o cabo eleitoral assoprava o líquido com a xícara perto dos lábios. Terminada as conversas, já fora da casa, todos queriam saber porque ele assoprava o café se ele estava frio. “É que tinha uma mosca ali e meu sopro levava ela para o outro cando da xícara”, disse a figura, para completar: “Eu não ia fazer uma desfeita na casa do candidato”, justificou.
Nas minhas andanças como cabo eleitoral já vi tanto candidato elogiar café sem vergonha, servido em xícara encardida e perericada, beijar muleque/ca cagado (a), remelento (a).
Numa vez, num rancho dum leproso, veio o café. O candidato pegou a xícara e procurou beber num cantinho, perto da asa.
Um muleque lá no canto da sala, reparou: Óia, vó, ele bebe bem do ladinho do vô!