22:32Baier é bom!

Foto publicada no site UOL

Fotos de Joka Madruga

Paulo Baier é bom – e isso não é propaganda. E muito menos enganosa. No time limitado do Atlético Paranaense, então, ele é gênio. E um predestinado. O dia de hoje ele pode guardar na lembrança como o que fez ainda mais feliz uma nação. A rubro-negra que vem sofrendo há tanto tempo pela falta de um futebol à altura de sua paixão. Mas esquece tudo como num momento como esse, de sofrimento, de tensão, de raiva, de esperança, enfim, de alegria. O jogo contra o Grêmio Prudente, rebaixado pela derrota, tinha todos os ingredientes para se tornar o que foi mesmo, porque os caminhos, na Baixada, são inversamente proporcionais às expectativas. Esperava-se goleada? Veio um gol de pênalti, cobrado pelo herói do dia, e depois o empate dos adversários que perderam um jogador por expulsão. E a ânsia de vencer era tão grande quanto o medo de tomar um gol de contra-ataque, mesmo porque havia um atacante negrinho, magrinho, pequinininho, que parecia ter sido tomado por um espírito endiabrado – e ele corria feito doido, driblava, azucrinava e matava toda a torcida de medo; para logo em seguida tomar conta de tudo aquela expectativa que parece ser a certeza. E onde se concentrava toda a esperança? O tempo passando, alguém lembrando o “meu relógio marca” de um grande locutor do passado – e nada. Foi aí que aconteceu. A bola foi passada para ele, vinda da direita, bola rasteira e o toque de chapa seria perfeito se, pouco antes de ela chegar ao pé do camisa 10, se elevou e o toque não foi onde ele imaginava. Ele viu a bola subir e desabou feito o resto da torcida, rosto transformado em máscara de desespero. Mas, aos 47, como manda o figurino daquele templo, estádio Joaquim Américo, uma bola alçada da esquerda encontrou a cabeça rala de cabelos, topo de um corpo de atleta de 36 anos, saltando atrás de zagueiro, tocando-a com a perfeição dos sábios dos estádios, mais que consciente, certeiro, no canto direito do goleiro, que teve apenas o direito de olhar a trajetória fatal, assim como ele, para ver a bola cair junto ao poste, acariciando a rede e deixando tudo levitar, tudo virar sorriso, alegria, explosão de vida, de desabafo, de tudo nesta noite. Paulo Baier, o bom, o que resolve, o que se confia. Um jogador que, em pouco tempo, já deixou sua marca na história de um time cuja camisa só se veste por amor. E ele, Baier, sabe falar com o coração desta torcida, porque sabe tratar a bola, resumo de tudo.

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4 ideias sobre “Baier é bom!

  1. Frik

    gostei do “acariciando a rede” (ei, eu não disse SÓ gostei etc :lol:) – – –
    Quem não gostou de nada … foram ‘eles’, de novo – o tal do Tadeu Schmidt : mencionou muito por cima o jogo enquanto passava correndo os gols, e tudo do ponto de vista do Prudente … ‘o jogo que rebaixou o time’ etc – – Esqueceram (não, omitiram de propósito) que o Atlético pulou para o quarto lugar, o G4, desbancando o foguinho.

  2. Jango

    Bela homenagem a este extraordinário craque.

    Pelos times que passou sempre elevou-os em categoria e vitórias, muitas delas dos seus pés.

    Ele mereceria ter sido convocado à seleção nacional.

    Mas já está com o nome escrito na galeria de craques do Furacão da Baixada !

    …” E a camisa rubro-negro, só se veste com amor …”

    Saúde e vida longa, Paulo Baier !

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