de Solda*
o aluno está paraninfo
assim como
o preguiçoso está parasita
a muleta está paraplégico
assim como
a porca está parafuso
a janela está parapeito
assim como
a rua está paralelepípedo
o velho está paralítico
assim como
a vela está parafina
o elemento está parâmetro
assim como
ubaldo está paranóico
* O poema acima é de 1978. O autor e outros funcionários que trabalhavam com ele na Grafipar recebiam bilhetinhos do maldito Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Vivia com “u” na mão – e não era para menos. Como todo artista, criou em cima da situação. “Ubaldo, o Paranóico”, personagem do saudoso Henfil, é perfeito para ilustrar.
Bons tempos aqueles da Grafipar. Muitos amigos e, entre eles, o sempre competente Nelson Faria de Barros, entre outras dezenas de editorias, era o responsável pela revista Peteca. Um marco de vendas Brasil afora e um dos grandes sucessos da Grafipar.