15:18Solidariedade aos reitores brasileiros

Recebemos a seguinte mensagem de Alipio Leal, reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR): 

Liberdade de imprensa e de expressão. Contrapor-se ou deixar de defender esses conceitos no Brasil atual é praticamente impensável. E não poderia ser diferente, para o bem e para o fortalecimento da nossa jovem democracia. Por isso, surpreendem as críticas aos reitores de universidades públicas brasileiras que assumiram posições políticas nestas eleições. Por que eles não deveriam dizer o que pensam? Defender a continuidade e o fortalecimento de políticas e concepções de Estado que estão reescrevendo a história da Educação Pública brasileira? Não só os reitores, mas representantes de outras organizações – públicas privadas, do terceiro setor, religiosas – têm marcado posição, inclusive manifestando apoio a este ou aquele programa. 

Há uma tentativa de desqualificar opiniões com sólidos argumentos políticos ao mesmo tempo em que se tenta reforçar posicionamentos ideológicos que se contrapõem à nossa realidade de mudanças, de crescimento econômico e social, com o único interesse de buscar a vitória nas urnas. 

Com isso, menospreza-se a inteligência do povo brasileiro, com a utilização de ataques e a adoção de táticas e discursos retrógrados, que podem fazer um mal incalculável ao Brasil. 

O processo eleitoral, por meio da contraposição de ideias e projetos, deveria ser um momento de construção de um país melhor para todos, e não um tempo de destruição da imagem, da reputação do adversário, o que está ocorrendo por meio de artifícios tão repugnantes, mentirosos e hipócritas que chegam a ser cômicos. 

Pois se há espaço para a defesa desses argumentos, que não representam nem mesmo a verdadeira opinião de quem os emite, também os reitores têm o direito de dizer o que pensam e, com isso, contribuir com a discussão do que realmente interessa: o futuro do país. 

Por isso tudo, manifestamos a nossa solidariedade a todos esses servidores que optaram por dizer o que pensam, em especial o nosso colega Carlos Eduardo Cantarelli, reitor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o único representante de uma instituição paranaense a assinar o Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira (Educação –  O Brasil no Rumo Certo). 

A seguir, reproduzo que diz o documento, fazendo coro às vozes desses 37 colegas. A todos vocês, minha cordial saudação.

EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO

(Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira) 

Da pré-escola ao pós-doutoramento – ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional – consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.

Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas  universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos  mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados.  Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.

Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

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6 ideias sobre “Solidariedade aos reitores brasileiros

  1. Tantan

    Prefiro o texto do Prof.Cristovão Tezza que colocou o dedo na ferida do corporativismo chinfrim das universidades.

  2. Jeremias

    Parabéns, Prof. Alípio!
    Parabéns, Prof. Cantarelli!

    É confortante saber que à frente de nossas universidades públicas temos dirigentes do quilate dos Senhores, que não se deixam enganar pelas vivandeiras de antanho.

    Em nome do combate ao “corporativismo”, esses maus brasileiros quase demoliram as universidades em passado tão próximo.

    Mas não conseguiram. Até hoje, nenhuma noite foi eterna.

  3. Fran

    Não é de hoje que o nobre Prof. Alipio é ligado a politicagem, e foi graças à ela, que conseguiu uma boquinha de reitor no IFPR. Deve ter aprendido com o ex-reitor da UFPR, Sr. Moreira. Quanto mais alunos, mais recursos! A UFPR hoje está sucumbindo intelectualmente, professores sem a mínima noção do que estão fazendo. Não temos segurança, nem qualidade no ensino. Digo isso, porque, como aluna que sou, já presenciei assaltos, campus sem iluminação alguma, desorganização por parte dos servidores. De nada adianta se vangloriar dizendo que o governo criou essa quantia de vagas, se não há qualidade!

  4. Michel Deolindo

    Parabens ao Prof.Alipio e aos 37 reitores das universidades brasileiras, pois na era FHC os professores ficaram 8 anos sem aumento, criou uma unica universidade publica (Tocantis) o atual governo criou 10 no Brasil todo inclusive uma aqui no Paraná, a universidade vivia em greve, estudei com muito orugulho na UFPr, minhas estudam na UTFPr (que quase fechou por causa do FHC) e a mais velha no ITA onde faz Eng.Eletronica, que só foi aberto a mulheres bem recentemente pelo governo Lula. Sou testemunha que desde que foi aberto o ITA não tinha recebido investimentos para melhorias da infraestrutura dos predios e equipamentos que só foi feito agora. Tenho amigos que são professores na UFPr, são unanimes em dizer que a UFPr nunca teve tantos recursos financeiros para melhoria das condições de ensino como agora. Porisso com toda convicção DILMA é a melhor opção. Quanto ao Cristovão Tezza melhor sofrermos pelo Atletico.

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