14:41Ratinho Junior: “Não sou homofóbico, mas sou contra a libertinagem”

Para registro, o deputado federal Ratinho Junior (PSC) foi entrevistado pela jornalista Joice Hasselmann na rádio Bandnews na sexta-feira e mandou bala em alguns assuntos espinhosos. Confiram os principais trechos:

– Não sou homofóbico. Eu tenho amigos entre os GLTs. Tenho princípios cristãos. Não podemos segregar ninguém. Temos de respeitar a todos, a todas as opções. Mas não sou a favor do casamento homossexual. Casamento é uma questão religiosa. A discriminação deve ser banida. Mas não podemos confundir liberdade com libertinagem. Eu tenho filhas. Eu não quero que a minha filha de sete anos veja dois homens se beijando em praça pública. Isto eu não quero para a minha filha. Eu fiquei fascinado com a questão do aborto sendo discutida pelos políticos. Tenho posição a favor do ser humano e as pessoas devem entender que os políticos têm posições, sim.  Devem deixar bem claro os seus posicionamentos para que a população os conheça bem. O Projeto de Lei 122 torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Eu sou a favor disto, mas há muitas outras coisas a serem discutidas, porque o projeto também fala sobre casamento gay e eu sou contrário a isto. Acho que pode haver uma união civil. Isto sim. Eu sou a favor de jamais desrespeitar a opção sexual de qualquer pessoa. Mas reforço as leis e a família como pontos fundamentais para se manter uma linha de conduta, de ordem no país.

– Em 2007 o sistema de transporte de Curitiba começou a ficar defasado. Minha equipe e eu pensamos na solução do metrô para dar uma melhor qualidade de vida à população. Nós fomos verificar esta questão na Prefeitura Municipal de Curitiba. Lá, obtivemos a resposta de que havia o projeto, mas precisava de recursos para sair do papel. Então, eu fui buscar o recurso financeiro. Em julho daquele ano, o metrô entrou na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em dezembro, a verba para a construção do Metrô de Curitiba foi garantida no Plano Plurianual de Investimentos, o PPA 2008/2011, com o apoio de toda a bancada do Paraná. Com o apoio também do presidente Lula, garantimos o metrô no orçamento da União. Mas, para nosso espanto, na Prefeitura de Curitiba não havia o projeto, nem de viabilidade econômica, nem de engenharia ou de licença ambiental. O que a Prefeitura deve fazer agora? Começar pelo projeto de licença ambiental. A verdade é que, nos últimos 10 ou 15 anos, não se pensou em mudar o sistema de transporte urbano de Curitiba. Assim, a cidade perdeu a vanguarda. E por quê não se mexe nisto? Porque há um lobby que garante as eleições à Prefeitura. De nossa parte, nós entramos 2010 com o metrô de Curitiba na agenda de negociações do governo federal e municipal. Agora, é só esperar. 

–  A questão radares se transformou, em Curitiba, na máfia dos radares porque é um tipo de arrecadação da Prefeitura e perdeu a sua finalidade educacional. Por quê não continuar com as lombadas eletrônicas que dão avisos ao motorista?  Não. E isto começou na administração de Cassio Taniguchi. Uma empresa conseguiu ganhar a licitação dos radares e, sem licitação, esses serviços foram prorrogados. Depois, sem qualquer fiscalização, deram um jeito, com uma licitação, de prorrogar este contrato com esta mesma empresa. Obviamente há algo de errado. Quanto a eu ser candidato à Prefeitura de Curitiba, seria uma leviandade eu dizer isto, porque saí das urnas agora para a Câmara Federal. Curitiba é uma cidade muito exigente. Quando a Nestlé quer lançar um produto no país, vem testar aqui, em Curitiba. Assim receber cerca de 12% dos votos da população de Curitiba é uma grande honra e alegria para mim. E quando começam a colocar o seu nome como um possível candidato à Prefeitura é uma grande honra. Curitiba é uma vitrine nacional. Além disto é uma honra e um orgulho para quem administra a cidade. Curitiba tem um dos maiorers PIBs do Brasil. Mas não posso sair de uma eleição com quase 360 mil votos e dizer que agora sou candidato. E ninguém consegue gerir Curitiba sozinho. Temos de ouvir as pessoas, o partido… Joice, como diz o Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar, No momento, eu devo representar, em Brasília, muito bem o povo do Paraná. O povo busca, hoje, representantes com grande credibilidade. 

– Eu nunca bati o ponto na Câmara Federal e saí para ir à praia. Eu bato o ponto para ir trabalhar em algum outro lugar. Muitas vezes para falar com algum ministro e, certamente, não para falar com ele de futebol, mas para falar em favor de alguma ação para o Paraná. 

– A idéia do projeto para acabar com reeleição das mesas diretoras das Assembleias é tentar melhorar a imagem e a prática legislativa. Queremos uma linha próxima ao Congresso Nacional. Não que o Congresso seja sempre exemplar. Mas esta questão de não reeleger a mesma diretoria é salutar. Veja, o deputado Arlindo Chinaglia é um bom deputado, mas ele foi um péssimo presidente na Câmara Federal. Ele demorava muito para trabalhar as questões. E isto travava a Casa. Travava todo o processo legislativo. Já, o deputado Michel Temer, mais experiente, mudou o ritmo e acelerou os trabalhos. Mas não significa que ele deva se perpetuar na presidência. Há muitos presidentes que têm vereadores e deputados embaixo do braço. Isto tem de acabar. Esta coisa do toma lá, dá cá,  deve acabar no Brasil”.

– Eu não posso sair rancoroso das eleições. Eu apoiei o Osmar Dias e ele não foi eleito. Venceu Beto Richa. Eu quero que Beto Richa faça um bom governo, um bom trabalho. Um dia, ele e eu vamos deixar a política, mas o Paraná fica, permanece. Então, é pelo Paraná que devemos lutar. O Beto Richa tem um posicionamento diferente de Roberto Requião. Beto Richa tem diálogo e será mais fácil trabalhar na parte coletiva. Ele tem do lado dele parlamentares com bom trânsito no Paraná. Nós vamos ajudar no que for bom para a população, para o Paraná”.

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4 ideias sobre “Ratinho Junior: “Não sou homofóbico, mas sou contra a libertinagem”

  1. Álvaro

    Não sou cristão, muçulmano, judeu, umbandista ou qualquer outra coisa. Mas de uma coisa tenho certeza: sou contra os assassinatos, os roubos e toda essa porcaria que esses políticos fazem por aí. Principalmente quando abrem a boca para dizer tanta asneira, mostrar toda a mediocridade desse sistema político que consegue emplacar pessoas que só subtraem algo do conhecimento humano quando resolvem opinar sobre algo.

  2. João

    Assunto espinhoso porque? Parabéns Deputado. Devemos respeitar as opções de todos. Assim queremos que nos respeitem também.

  3. Allan Johan

    Querido Ratinho Junior, não entendo como pode ser contra o casamento gay e dizer que não quer discriminar ou segregar. Colocar sua religião como argumento nos mostra que ainda falta amadurecimento político e intelectual para você. Dizer que não quer que suas filhas vejam dois homens se beijando ou classificar a homossexualidade como opção eh a maior prova da sua desinformação e que pode ser confundida com homofobia. Acredito que seus amigos LGBT não são uma boa referência para ti, ao chamar de libertinagem a expressão sexual humana. Sugiro que leia mais os princípios básicos do Direito como representante de TODOS nos. Estado laico e igualdade de direitos deveriam ser do seu entendimento.

  4. rosemeri

    Mas que raio de lei é essa que fala em CASAMENTO????
    Que eu saiba ninguém apresentou projeto de lei que obrigue as igrejas a realizar cerimônias religiosas!
    Os políticos que usam esse discurso torto de “sou contra o casamento gay,mas apóio a união civil entre homossexuais”só querem é posar de “mudernos” e não perder votos entre gregos e troianos .Não façam pouco da minha inteligência!!

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