17:34Jornalista da Veja detona Roberto Requião

 No site Veja Online o jornalista Ricardo Setti esculhamba com Roberto Requião e coloca no ar os famosos vídeos que marcaram a trajetória recente do ex-governador. Expressionante!

Paraná: Requião e sua truculência devem voltar ao Senado. Assista a um resumo delas num vídeo que preparamos e julgue você mesmo

Embora quem lidere as pesquisas de intenção de voto para governador seja um nome novo e dinâmico na política regional – o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) –, o estado provavelmente terá de novo no Senado o truculento ex-governador Roberto Requião (PMDB), o favorito disparado para uma das duas vagas.

Richa não está conseguindo transferir votos para os candidatos a senador de sua coligação, o deputado e ex-prefeito de Maringá Ricardo Barros (PP) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB). Assim, além da virtual vitória de Requião, a outra vaga, indicam todos os levantamentos, está mais próxima da ex-diretora financeira da Itaipu Binacional e ex-presidente do PT paranaense Gleisi Hoffmann, mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Requião é fogo. Seu peculiaríssimo marketing mistura grosseria, barulheira e trombada, e fica difícil resumir para o leitor a quantidade de confusão que armou ao longo da carreira. Mas é possível dar uma idéia de como é o homem. Comece, por favor, assistindo ao vídeo abaixo com, digamos, seus “melhores momentos”. Acredite se quiser.

Vamos, em seguida, ao relato de algumas passagens da larga coleção de atitudes descabeladas do candidato do PMDB ao Senado pelo Paraná que não constam do vídeo.

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/parana-requiao-e-sua-truculencia-devem-voltar-ao-senado-assista-a-um-resumo-delas-num-video-que-preparamos-e-julgue-voce-mesmo/#comments

Quando, anos atrás, o Congresso recebeu o projeto de lei sobre transgênicos do governo Lula – de quem Requião é aliado, imaginem se não fosse –, ele, instalado no Palácio Iguaçu, armou um confusão infernal ao proibir a circulação dentro do Paraná de caminhões carregados com soja sem rótulo de procedência. E foi em frente, mandando suspender os embarques do produto pelo porto de Paranaguá – sobrou até para a soja paraguaia destinada à exportação.

A SOJA VIRA QUESTÃO IDEOLÓGICA – Sem maiores preocupações com a legalidade (o assunto todo era de alçada federal), Requião conseguiu jogar mais gasolina na fogueira de um assunto de caráter técnico e comercial – as eventuais vantagens e desvantagens, para a saúde do consumidor, o meio ambiente e as contas públicas, de se produzir, consumir e exportar os chamados organismos geneticamente modificados. De forma delirante e equivocada, o esquentado governador transmutou o tema numa questão ideológica.

Nesse como em tantos outros casos, ele manteve seu padrão de atuação demagógica: proclamar aos quatro ventos, e outros mais se houvesse, sua “independência” e anti-“neoliberalismo”. No primeiro período como governador (1991-1995), viu-se acusado de dar cobertura a invasões de terras, negou-se a cumprir ordens judiciais e teve solicitada a intervenção federal no Paraná por ninguém menos que os diretores da Associação dos Magistrados.

PROPAGANDA FORJADA – Os problemas com a Justiça abrangeram a cassação de seu mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por crime eleitoral cometido durante a campanha de 1990, devido a um caso então célebre: sua propaganda forjou um motorista desempregado como suposto matador de aluguel a serviço do candidato adversário. Substituído durante uma semana pelo vice, acabou voltando ao cargo porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – coisas do velho Brasil – encontrou um erro técnico no processo.

HUMILHANDO TESTEMUNHAS – Deixou o cargo antes do fim do mandato para se candidatar ao Senado, onde se celebrizou como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos precatórios, que investigou a emissão de títulos públicos emitidos ilegalmente por vários estados e municípios. O relator Requião deixou um rastro de insultos e humilhações impostos a depoentes, inclusive testemunhas, e, entregues as conclusões ao Ministério Público, praticamente ninguém de alguma importância terminou punido.

OLHOS FECHADOS PARA BADERNA DOS SEM-TERRA – Inimigo feroz de privatizações, ao voltar pelo voto ao Iguaçu nas eleições de 2002 decretou com espalhafato, logo no início do mandato, a intervenção estadual nas rodovias sob concessão, enquanto baderneiros do MST, sob complacência da polícia, ocupavam e depredavam postos de pedágio. Acabou recuando, mas dedicou boa parte daquele mandato e do próximo – seria reeleito em 2006 – a derrubar uma por uma as medidas adotadas por seu antecessor, Jaime Lerner (então no PFL), que tivessem a ver com privatizações ou, de uma ou outra forma, cheirassem a “capitalismo”.

“IREI AO SEU ENTERRO!”, “LADRÃO!” – Na terreno especificamente político, Requião também surfa no estardalhaço. Secretário de Estado do governador Álvaro Dias, que o elegeu sucessor em 1990, tornou-se inimigo mortal do mentor, contra quem, em 2002, disputou o governo fazendo uma campanha abundante em acusações impublicáveis.

Num famoso bate-boca com o prefeito de Curitiba à época, Cássio Taniguchi, do ex-PFL, proclamou, aos brados:

– Irei ao seu enterro! Irei ao seu enterro!

Dias atrás, mantendo a fama, Requião chamou publicamente de “ladrão”seu sucessor e ex-companheiro de chapa, o atual governador Orlando Pessutti. E anda às turras com um companheiro de aliança, o senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo do Paraná.

AMIGO/INIMIGO DE QUÉRCIA E LULA – Em sua primeira gestão, em meio às eternas desavenças internas do PMDB, instituiu um “disque-Quércia” para recolher denúncias de roubalheira contra o ex-governador paulista Orestes Quércia – para, durante os anos FHC (1995-2003), unir-se a Quércia contra o comando do partido, que estava ao lado do presidente.

Apoiou Lula em 2002, para rapidamente passar a falar mal de auxiliares do presidente e a criticar sua política econômica, tentou este ano ser candidato do PMDB a presidente – contra Lula – e agora, na geléia geral em que a política brasileira se transformou, é um dos candidatos de Lula ao Senado.

Compartilhe

11 ideias sobre “Jornalista da Veja detona Roberto Requião

  1. Edmar Junior

    Meus cumprimentos ao Ricardo Setti.

    Ainda que os vídeos possam ser considerados de “domínio público”, o corajoso e responsável jornalista, que não se esconde sob o manto do anonimato, os disponibiliza a todos os seus leitores.

    Principalmente em época de eleição, recordar é preciso…

  2. ROCK

    Não é questão de coragem meu amigo, é questão de grana mesmo, pague bem aquela revista nojenta que eles falam mal até de Jesus Cristo, o jornalismo deles é tendencioso e direcionado a um público que já esta escravizado pelas suas opiniões, são leitores que não tem uma formação isenta, já que o que dizem Veja, Folha de S. Paulo e Globo são lei estejam certos ou errados.

  3. Geraldo

    O Requião deixou obras e muito trabalho ao sair do governo.
    Esse é o motivo para a sua eleição para o senado já estar garantida.

  4. Frik

    o Paranhão se desmoraliza diante da federação, e do mundo, por anencefalia eleitoral – – – chama ele, que ele vai …

  5. vICTOR

    Por onde passa, o Requião tem sua marca, quer através da Biblioteca Cidadã, Clinica da Mulher e da Criança, os 1,2 mil onibus para transporte de escolares, os 42 hospitais regionais, leite da criança, luz fraterna, tarifa social, rodovias recuperadas, blá, blá, blá… Pô, assim fica facil….

  6. Bellegard

    Faltou dizer que a escrotice foi dita ao Taniguchi durante o velório do ex-governador José Richa (outro da lista de traídos) e a troco de nada, sem aviso prévio, discussão, nada.

  7. Pablo Calvo

    O governo tem que dispender x por cento em educação. Ônibus não educam, levam as crianças para as escolas. E o pior, a manutenção fica por conta das prefeituras e muitas delas estão encarando os amarelões com as placas naricizistas ARR, como presentes de grego, como as clínicas da mulher e da criança, que as prefeituras se obrigam a contratar obstetras, pediatras, etc. O desconto da luz fraterna é repassada aos consumidores maiores e a tarifa social da Sanepar é possível graças a robusta situação financeira deixada pelo seu antecessor que ele amaldiçoa.
    vamos Victor, blá, blá, bla…

  8. João Maria de Agostinho

    Requião é o maior vencedor da história da política paranaense. Nas urnas, derrotou Álvaro Dias, Jaime Lerner e Beto Richa, isso só para citar eleições majoritárias. E ninguém derrota os nomes que citei por acaso. Uma análise objetiva mostra o porquê disso. Os escândalos de Requião existem, mas em toda a sua vida pública jamais conseguiram encontrar corrpução. O seu legado mostra que atitude e ficha limpa fazem toda a diferença.

  9. Diogo de Almeida

    Só para lembrar, 1º ao Vitor….Requiao tirou dinheiro de Curitiba, por richa com o Prefeito Beto Richa! 2º, os 42 hospitais que voce diz, quantos estao funcionando?entre outras besteiras que voce citou! E, Joao Maria, Requiao venceu pelos aliados, sempre se alia ao mais forte, para sair em vantagem, e depois cospe! RR corrompe a todos, manipula geral, e prega o desrespeito, os ataques pessoais e a truculencia!Pessutao em pouco tempo fez muito mais pelo Estado do que este cara! E outra, deixa ele sair do poder para ver se a justiça não pega! Se o Lerner, Taniguchi e cia prestaram contas, imagine este cara!! BETO RICHA 45, chega de desrespeito ao povo, chega de tramoias, nepotismo, falta de obras e trairagens! O Povo do PR não é manipulavel! Aqui no Estado, nao vai ser como no resto do país onde muitos acreditam em mentiras, e são subornaveis! Vamos derrubar esta cambada toda!!!

  10. Ana

    Requião é o Paulo Maluf dos paranaenses.
    Faz cortesia com chapéu alheio e não deixa rastros sobre seus mal feitos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.