17:24Três dedos perdidos e duas camisas de indenização

Do site da rádio Banda B, em reportagem de Jadson André e Bruno Henrique:

Coxa volta pra casa, mas enfermeira mutilada por torcedores continua sem trabalho
Ela perdeu 3 dedos com explosão de bomba e diz que até hoje recebeu do Coritiba apenas duas camisas

Nove meses depois do episódio de violência iniciado dentro do estádio Couto Pereira, na queda do Coritiba Foot Ball Club para a 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro, o time retorna para casa com a multa cumprida. O jogo deste sábado, às 15h50 contra a Portuguesa, encerra para o Coxa as consequências jurídicas e desportivas depois do quebra-quebra promovido por membros de sua torcida dentro do estádio.

Mas para a enfermeira Tânia Regina da Silva, que naquele domingo (6 de dezembro de 2009) voltava do trabalho quando o ônibus onde estava foi alvo de torcedores, o pesadelo vai durar para sempre. Até hoje, Tania diz que, do Coritiba, apenas recebeu uma promessa e duas camisas do time. “Eles me deram duas camisas e me disseram para ficar tranquila que iriam me procurar. Até hoje, ninguém fez nada”, disse.

Ataque

Vândalos, travestidos de torcedores, que estavam do lado de fora, jogaram uma bomba caseira dentro do coletivo e no momento em que Tânia tentou jogar o artefato fora para que não atingisse sua mãe, perdeu três dedos da mão na explosão. “Foi rápido e nem dava para acreditar porque não tinha torcedores dentro do ônibus, estava lotado, mas não tinha ninguém de torcida”, contou a enfermeira em entrevista à Banda B, nove meses depois do ataque. (Ouça o áudio acima)

Tania saiu do terminal de Pinhais e o ataque aconteceu logo que o veículo atravessou a linha do trem. “Eu só senti aquele negócio quente no meu colo e quando abri as pernas ele caiu perto dos pés da minha mãe, pequei pra jogar fora e explodiu. Eu mesma fiz os primeiros procedimentos na mão. O motorista continuou seguindo como se não acreditasse que algo grave pudesse ter acontecido”, relembra Tânia. Ela foi de ônibus, com a mão enrolada numa jaqueta, até um posto do Corpo de Bombeiros de onde foi levada para o Hospital Evangélico. Lá ela ficou uma semana internada.

A vida para Tânia continua muito dificil, não só por causa do trauma psicológico, mas também porque não consegue voltar ao trabalho. “Eu amo o que faço e gostaria de continuar trabalhando como enfermeira, mas sem parte da mão direita não consigo fazer as atividades plenamente. Só peço ajuda para voltar a trabalhar”, desabafou.

Para voltar a trabalhar, Tânia precisa colocar uma prótese na mão, que custa R$ 10 mil. Desempregada e de origem humilde, a enfermeira não tem condições de pagar a prótese. Ela diz que entrou com uma queixa contra o Coritiba e estaria disposta a fazer um acordo: o clube paga a prótese e ela retira a queixa na delegacia, dando o caso por encerrado. No entanto, Tânia está encontrando dificuldades em conseguir contato com algum dirigente do Coritiba para iniciar as conversas sobre este assunto.

Segurança

Para o jogo deste sábado (18), foram designados 800 policiais para fazer a segurança dos torcedores no estádio e no entorno. Ir ao jogo, que vale pela 3ª rodada do 2º turno do Campeonato Brasileiro, com camiseta ou com qualquer artefato de torcida organizada está proibido.

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5 ideias sobre “Três dedos perdidos e duas camisas de indenização

  1. antonio carlos

    Esta moça está marcando bobeira, por quê até agora não procurou a Justiça? Sou coxa mas não sou trouxa, se fosse comigo, torcedor coxa-branca há mais de 40 anos, a esta hora o Glorioso já teria sido acionado na Justiça. Deixe de ser trouxa, e ponha ao Coxa no pau, que ele paga correndinho. ACarlos

  2. mauro

    por que o repórter não informou que os torcedores eram do Atlético, como foi revelado pela Gazeta?

  3. marcio

    o zé, publicar matéria de aspirante a foquinha dá nisso. reportagem da gazeta mostrou o depoimento do motorista à polícia, que disse que quem jogou a bomba foram torcedores do atlético, que queriam acertar coxas dentro do ônibus. manda esse menino não faltar aulas na faculdade.

  4. Franco

    Tem que buscar a indenização junto à empresa de ônibus, e ela (empresa) que se vire para receber do Estado (segurança pública) ou dos marginais…

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