11:32Richa, mais uma baixa?

por Eliane Cantanhêde, na Folha de São Paulo

O Datafolha confirma que o escândalo da quebra de sigilo fiscal da filha, do genro e de toda a vizinhança de Serra ficou circunscrito à mídia e à blogosfera e não comoveu o eleitorado. Cristaliza-se assim o franco favoritismo de Dilma e a perspectiva de vitória no primeiro turno, daqui a três semanas.
Objetivamente, a oposição tinha o melhor candidato e o governo tinha as melhores condições. O governo treinou Dilma ao máximo e neutralizou a vantagem da oposição, mas a oposição não teve estratégia nem competência para neutralizar as vantagens do adversário. O jogo desequilibrou.
O PSDB articulou mal, não fechou boas alianças, ficou com menos tempo na TV, demorou a montar a equipe, não consolidou um discurso para convencer a maioria de que “o Brasil pode mais”.
Com a eleição presidencial virtualmente definida e sem elementos à disposição para guinadas, as atenções se voltam para as disputas estaduais, com algumas surpresas se insinuando no horizonte.
A mais relevante parece ser no Paraná, o que deve deixar os tucanos em pânico. Sem o Planalto, com os aliados DEM e PPS aos frangalhos e todos caminhando para ser uma minoria ilhada no Congresso, o que resta ao PSDB é manter os poderosos governos de São Paulo e de Minas e conquistar o do Paraná, compensando a perda do Rio Grande do Sul e introduzindo uma nova liderança no cenário nacional. Mas isso agora também está sob risco.
Pelo Datafolha, a diferença entre Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) caiu de 13 para seis pontos desde o final de agosto, sugerindo a inversão de posições até 3 de outubro. É tudo o que o PSDB e a oposição, em geral, não precisam.
As curvas das pesquisas mostram que os dois grandes fatores de 2010 são a força de Lula e a falta de unidade, de discurso e de estratégia da oposição. Em resumo: a determinação de vencer a qualquer custo contra a falta de vontade, quase preguiça, de realmente guerrear.

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