9:04Conexão Paraná

Na revista CartaCapital que está nas bancas, dois registros da província. Um bom, outro péssimo:

– Em editorial, o jornalista Mino Carta relembra o tempo em que foi prensado na Editora Abril e deixou a direção da revista Veja por pressão da ditatura militar, comandada na época pelo general Ernesto Geisel. Detona o jornalista Mario Sergio Conti que, no livro Notícias do Planalto, afirmou que foi demitido. Pede então confiram o que escreveu Karlos Rischbieter no livro Fragmentos de Memória. À época este era presidente da Caixa Econômica Federal, para quem a Editora Abril recorreu a fim de obter um empréstimo de US$ 50 milhões para pagar dívidas no exterior.

– Reportagem de três páginas assinada por Leandro Fortes sob o título “A conexão Paraná”, coloca holofotes sobre a participação de Paulo Henrique Munhoz da Rocha, bisneto e neto de ex-governadores paranaenses (Caetano e Bento Munhoz da Rocha), no esquemão do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, implodido pela Operação Caixa de Pandora. Munhoz da Rocha, mais conhecido como “Pile”, era diretor do DF-Trans, responsável pela fiscalização e controle do transporte urbano do Distrito Federal. Foi flagrado nas filmagens recebendo R$ 20 mil. Segundo a reportagem, esta é apenas a ponta de um iceberg onde o personagem tem, para se ter uma ideia, dez sindicâncias internas referentes a assinaturas de contratos fraudulentos. A “conexão”, a que faz referência a reportagem, cita principalmente o envolvimento de Rocha com ex-prefeito Cassio Taniguchi, que foi secretário de Desenvolvimento Urbano no Distrito Federal, e para o qual trabalhou na prefeitura de Curitiba de 1997 a 2004, mas também o ex-governador Jaime Lerner, pois foi diretor do IPE de 95 a 97. Na reportagem são citados ainda Alceni Guerra, que foi secretário especial da Educação do governo Arruda, e o deputado federal Abelardo Lupion, que indicou Rocha para o governo do Distrito Federal. Segundo a reportagem, a “Conexão Paraná” foi montada no governo do Distrito Federal porque o DEM queria sair da asfixia política e financeira pela distância do poder desde que o PT assumiu o Palácio do Planalto em 2003, já que ali o partido sempre sobreviveu e dependeu da adesão aos cargos e recursos do governo federal. A eleição de Arruda, ainda segundo a revista, seria um porto seguro para o renascimento da sigla. “O problema, como demonstrou a operação da Polícia Federal, foi a sede excessiva”, afirma a matéria.

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