15:57PARA NUNCA ESQUECER

Jackson do Pandeiro nasceu em 31/08/1919

Tum, tum, tum. No ritmo. No seu ritmo. Só você para enfiar isso no meio de uma música e levar qualquer um que esteja vivo para o seu mundo. O mundo do menino de Alagoa Grande, Paraíba, filho de catadora de coco, dona Flora Mourão que logo viu que ali estava a música, do nordeste, no mundo, e lhe deu o pandeiro. É, seo José Gomes Filho, você que adotou o sonoro Jack como apelido, graças a um mocinho de de faroeste, Jack Perry, raiz do nome que ficará para sempre como um dos maiores da música brasileira, e o pandeiro foi junto. Luiz Gonzaga é o Pelé da música; Jackson do Pandeiro é Garrincha. Quem disse foi Alceu Valença, seu amigo, e pode ser por aí, porque o Mané era gênio, mas tem gente que acha ele era mais bola que o Rei. Te deram uma coroa como Rei do Ritmo. Há uma estátua de bronze em Campina Grande e um memorial na sua terra natal, você que foi embora tão cedo, aos 62, lá na capital dos brasileiros, a tal Brasília. Há seus discos por aí, raros, porque neste país nem os reis merecem o respeito e a gratidão pela obra. Não temos memória, Jackson, mas só neste sentido. Garimpamos por aí o seu canto, suas imagens, para que nosso coração bata tum, tum, tum e a fim de tornarmos a vida um pouco mais leve, mais alegre, com a energia do seu canto, do seu improviso, da sua genial musicalidade. Há um livro contando sua vida, mas ainda não se reuniu toda sua obra gravada numa caixa que seria tesouro puro. Quem sabe alguém, brasileiro arretado e sensível como sua mãe, não esteja por aí preparando uma surpresa para o centenário do seu nascimento. Por enquanto, e para sempre, temos que te agradecer. De coração.

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