Hoje começa o horário eleitoral gratuito nas rádios e televisões. A dose cavalar de promessas, as cenas plastificadas de uma realidade com alta dosagem de empulhação, os sorrisos treinados e tão brancos quanto os dos personagens das propagandas de dentifrícios, os textos elaborados por profissionais onde se pode ver o brilho das pontas dos anzois afiados para fisgar o eleitor, enfim, é isso o que vai ao ar pelos alto-falantes e telas. As exceções existem, mas são raras e quase não aparecem diante da multidão dos sedentos. O que move tudo isso, e que não é falado pelos que buscam o poder, está dentro dos cofres públicos e pode ser dimensionado. Por exemplo: a arrecadação do Paraná está na casa dos R$ 25 bilhões por ano. Multiplicando-se pelos quatro anos de mandato, dá R$ 100 bilhões. Quem deposita lá é exatamente o alvo do convencimento. O pagador de impostos, que é o eleitor. Portanto, todo cuidado é pouco diante da máquina de triturar mentes neste processo que é o menos pior, mesmo porque todos nós temos a liberdade de escolher os lambaris de rabo vermelho em meio aos cardumes de tubarões. Isso porque há esperança por trás da angústia.