15:26Cadê a reportagem?

Da coluna de Carlos Brickmann, no jornal Diário do Grande ABC:

Yves Hublet, 72 anos, aquele senhor que atacou José Dirceu a bengaladas, morreu outro dia. A história teve ao menos duas versões. O que é certo no caso: depois do incidente com Dirceu, ele se mudou para a Bélgica, voltou há pouco ao Brasil, foi preso em Brasília no dia 27 de maio e morreu em 26 de julho. Há duas versões: a conspiratória, segundo a qual morreu na prisão, misteriosamente (é a que vem sendo divulgada na Internet, e é a que o senador Álvaro Dias, tucano do Paraná, pediu que seja investigada); e a mais verossímil (porque pode ser comprovada), segundo a qual Hublet foi preso ao tentar embarcar no avião de volta à Bélgica com dois revólveres, ficou cinco dias preso, foi libertado e morreu quase dois meses depois, de câncer.

OK: mas cadê a reportagem? O caso é importante: se a primeira versão for correta, o Governo estará no olho do furacão; se incorreta, o valor eleitoral do caso desaparece. Ninguém vai ouvir oficialmente a Polícia Federal, os médicos que atenderam Yves Hublet, investigar a história toda? Até agora, só um jornalista entrou no caso: Cláudio Humberto, normalmente bem-informado, diz que a segunda versão, de morte natural, bem depois de ter deixado a prisão, é a correta. Mas é preciso, num caso assim, eliminar totalmente as dúvidas. Um acontecimento desse tipo não pode ficar sujeito aos azares da exploração eleitoral. O consumidor de informação tem o direito de saber a verdade.

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