10:09Aniversário da segunda chance

por P.P.

Hoje, dia 06 de agosto, tinha tudo para ser um dia triste para mim. Afinal, há exatos 4 anos, nesta mesma data, sofri um acidente gravíssimo, um acidente que me deixou marcas profundas, marcas irreparáveis que mudaram minha vida para sempre. Lembro-me de cada detalhe do que aconteceu, afinal, como poderia esquecer aquela noite de domingo quando um bêbado atravessou a frente do meu carro e eu, para evitar a morte dele, quase me matei. Houve o capotamento, e a batida, que não parecia ter sido forte, foi. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, mas aquilo não era um pesadelo, era real – eu não estava dormindo, estava vivendo aquela situação terrível. Olhei meu braço esquerdo e ele estava totalmente esmigalhado. Mas não me desesperei, pois sabia que havia alguém lá em cima me dando suporte. Então apareceu um homem, não sei donde, nem como, que tirou o cinto e amarrou no que restou do meu braço, para que eu não perdesse mais sangue do que já havia perdido. Se isso acontecesse, a morte seria inevitável. Meus amigos logo chegaram ao local e, junto com eles, o Siate, que prestou um formidável e extraordinário socorro. A amputação foi inevitável. Ver minha família sofrer foi desesperador. Eu não sofria, mas eles, sim, mesmo que tentassem demonstrar o contrário. Hoje estou aqui para dizer que o dia 06 de agosto não é um dia triste. Hoje é o dia do meu segundo aniversário, da segunda chance que Deus me deu. Chance de poder abraçar minha família e perturbar meus queridos amigos. Tudo, ou quase tudo, já foi superado, sem ajuda de profissionais que tratam da mente e da alma. Consegui isso com força de vontade e o carinho de meus familiares e amigos, que sempre estiveram do meu lado. Não derramei lágrimas. Motivos não me faltaram para isso. Preferi seguir em frente, com raça, vontade e muita alegria. Pela vida.

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