1:39O show de Lula

Do enviado especial:

Lula é um showman, isso nem os piores inimigos podem questionar. Ontem à noite  provou mais uma vez  isso. Falou no auditório da Fiep para um público de 700 industriais. Levantou a platéia com pregações sobre os avanços do Brasil na sua gestão e fez brincadeiras para descontrair a turma que comanda o PIB paranaense. Saiu aplaudido de pé. Algumas pérolas: 

– Para começar a conversa : “Haverá um dia em que será proibido no Brasil falar de política na sexta-feira depois das 9 da noite. Isso é hora de tomar cerveja”. 

– Sobre a questão tributária (que tanto incomoda do empresariado): “Cada um quer resolver o seu problema. Não o problema do Brasil. Já mandei mais de uma proposta de reforma tributária para o Congresso. Mas parece que lá tem aquele inimigo oculto – o mesmo que derrubou o Jânio – que não deixa a reforma andar”. 

– Sobre a crise financeira internacional: “Os países ricos não tiveram a humildade de conhecer o nosso sistema financeiro. Se tivessem conhecido, os Estados Unidos não tinham quebrado.  O Busch não quis injetar US$ 60 milhões no Lehman “Brodis” antes dele quebrar e a conta para os americanos saiu por mais de US$ 1 trilhão”. 

– Sobre a economia brasileira: “Perguntei para os bancos públicos como fazer para financiar carro usado. Disseram que não tinham esta ‘expertise’. Mas quem é essa tal ‘expertise’. Fui lá e comprei 50% da ‘expertise’ do Banco Votorantim”. 

– Sobre o crescimento brasileiro: “Foi preciso entrar um socialista no governo para o Brasil virar um país capitalista. Hoje existe capital para investir, existe crédito, existe financiamento. De 1950 até 1980 fomos o país que mais cresceu no mundo. Diziam que tinha que fazer o bolo crescer para dividir. Mas só alguns comeram este bolo. Agora mudamos isso”. 

– Sobre o papel do Brasil no mundo: “Tinha um tempo em que o FMI mandava um casal de executivos para dizer o que nós tínhamos que fazer com a economia. Hoje somos credores do FMI, emprestamos US$ 14 bilhões para o banco. Agora temos que mandar os nossos senadores – Requião e Gleise – fiscalizar o que eles estão fazendo com o nosso dinheiro”. 

– Sobre a evolução no ensino: “Nunca na história deste país, um presidente e um vice-presidente foram eleitos sem diploma universitário. Pois foram estes dois ‘analfabetos’ que abriram o maior número de vagas em universidades e cursos profissionalizantes em um período tão curto de tempo”. 

– Sobre as críticas da imprensa : “Me criticam até porque o Palácio do Planalto comprou guardanapo egípcio. Alguém sabe que ‘merda é essa’? Para mim podia ser guardanapo grego ou pernambucano. Mas a ‘finesse’ diz que este pedacinho de pano tem que ser egípcio”. 

– Sobre a Dilma Roussef: “Se tem alguém com preconceito de votar em mulher, pare de ser besta”. 

– Sobre a aliança no Paraná: “O Pessuti poderia dizer que seria candidato mesmo contra o Requião. Mas ele teve um gesto de grandeza para apoiar o Osmar Dias. Teve a grandeza – diferente do Grito do Ipiranga – de dizer que se é para o bem do Paraná ‘eu não fico’”. 

– Sobre os candidatos ao Senado: “O Paraná tem que eleger o Requião e Gleise para apoiar a Dilma ou encher o saco dela. Temos que melhorar a qualidade do Senado brasileiro. Ninguém mais agüenta um Mão Santa”.

– Sobre o fim do mandato: “Hoje deixaram uma ‘mesinha de praia’ para apoiar os copos do Osmar, da Dilma, do Pessuti e do Loures. Eu tive que deixar um copo de água debaixo da cadeira ao lado do meu pé. Faltam 5 meses para eu deixar a presidência e acho que depois disso nem vento vai bater mais nas minhas costas”.

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