Da coluna “ETC”, do jornal O Estado do Paraná, cujo texto completo pode ser lido em http://www.parana-online.com.br/colunistas/231/78771/:

As verdinhas do armário
No início, elas eram guardadas no pequeno cofre de parede do luxuoso apartamento 801 do número 99 da Rua Gutenberg. Mas o volume de cédulas aumentava em tamanha velocidade, que logo o pequeno espaço tornou-se insuficiente. A primeira ideia do dono dos dólares foi comprar um cofre maior, mas não havia como transportar uma peça tão pesada pelo elevador. A hipótese de levantá-la pelo lado de fora foi rapidamente descartada, pois chamaria a atenção dos vizinhos e logo da “imprensa canalha”. A alternativa encontrada então foi a de depositar as verdinhas nas gavetas do guarda-roupa. Funcionou por um período, mas as notas acabaram transbordando os limites da improvisada “burra”. A empregada doméstica percebeu a abundância e resolveu tirar um pouquinho para ela. Como ninguém notou, repetiu o gesto outro dia, mais outro, e aumentou o patrimônio de sua família. Com o dinheiro desviado, ela comprou imóveis e veículos, num total de R$ 565 mil, o que na moeda americana corresponde, em valores atuais, a US$ 313 mil. O proprietário, durante largo período, não deu-se conta “que estava sendo sorrateiramente furtado” e só atentou-se para a questão quando notou o enriquecimento da funcionária. Daí para a frente, seu método de investigação foi tão estapafúrdio quanto hilário.