13:44Mais Joana

de Nelson Padrella

     Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer.
Dona Joana explicava, na aula de Português, que é comum a união de duas palavras diferentes formar uma terceira que não tem nada a ver. Valéria olhava para as próprias unhas e pensava se não era hora de dar um trato, enquanto sua amiga Aninha contava moscas. Percebendo tal desatenção, dona Joana, que tinha tido sua educação num mosteiro de monjas tibetanas, deu um murro na mesa e gritou:
    – Valeria e Ana!
    Imediatamente, o menino Lineu, que tinha tio farmacêutico, levantou-se e fez prolongada exposição sobre os valores medicinais da Valeriana officinalis L, encerrando com uma sugestão àquela mestra que fizesse uso do rizoma e das raízes de tal planta, inclusive para uso fitocosmético.

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