Ontem, na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Rafael Greca de Macedo (PMDB) foi à tribuna e fez um discurso defendendo a administração de Lucia Requião à frente do Provopar. Uma atitude digna diante da omissão comum e generalizada. Confiram a íntegra do texto:
Criado em 1980, ainda no regime militar com a Constituição de 1969, e com o Código Civil vigente de 1916 – o Programa do Voluntariado Paranaense já foi uma sociedade civil com controle do Governo do Estado. Com a Constituição de 1988 e o Código Civil de 2002 foi extinta a participação do Estado nas entidades privadas. Assim o Provopar se tornou uma Associação Civil sem fins lucrativos, onde os membros da diretoria não são mais indicados pelo Governador, mas eleitos pelo colégio dos associados. Informo isto à Assembléia e aos Paranaenses para efeito de explicação quanto ao mandato vigente da atual diretoria do Provopar, eleita em 5 de setembro de 2008 com mandato até 31 de dezembro de 2010. A omissão é o pecado que se comete quando nada se faz, já disse nosso admirado orador Padre Antônio Vieira. Para não incorrer em omissão quero relatar o que conheço do belíssimo trabalho em curso, desenvolvido pelos voluntários do Provopar que nada recebem porisso além da satisfação do bem realizado pelos mais humildes e sofridos.
Fique claro, o Provopar não é do Estado do Paraná. Não pertence ao arcabouço da estrutura pública. Sua bela história é de parceiro da sociedade civil, dos governos Estadual e Federal , para mitigar o sofrimento humano onde o braço público não alcança.
Eu mesmo, ao presidir a Cohapar,vi o Provopar pagar integralmente a execução de obras meritórias, projetadas pela nossa Cia de Habitação.
É lembrar o Centro Esportivo da Ilha do Valadares, junto ao rio Itiberê, na nossa amada Paranaguá;
A Casa das Bordadeiras Negras do Quilombo do Sutil, nos Campos Gerais do Paraná;
As 5 casas lares e a reforma do telhado do tradicional Asilo São Vicente de Paulo, no bairro do Cabral, na nossa Curitiba, obra da ação social da Igreja Católica;
E a construção – segundo traço do arquiteto Roberto Fontan – do complexo de cura Monte Hermon para dependentes químicos, em Colombo, obra meritória de cristãos evangélicos.
Vi ainda saírem dos recursos do Provopar as cifras que custearam a reforma inovadora de dois andares do HC – nosso Hospital de Clinicas de Curitiba, órgão da UFPR.
Lúcia Arruda entregou recursos ao professor Marlus Moro para reforma do andar da Neurologia
Bem como reformou integralmente o andar da Cirurgia Geral do HC.
Na pequena Antonina, com projeto do admirado arquiteto curitibano Rodolfo Doubek, o mesmo do meu parque Tanguá, o Provopar ergueu o restaurante Siri do Portinho para as mulheres catadoras de siri, hoje donas de um importante endereço turístico, misto de restaurante e centro de artesanato, gerador de emprego e renda.
Sem falar que o imóvel tem biblioteca, lan-house, consultório dentário e médico e ainda posto de entrega do programa leite das crianças.
Este bem não se restringe à Capela, estende-se por todas as ilhas, até a Guaraqueçaba.
Na ilha de Barbados o Provopar construiu o centro de artesanato e museu memorial do pintor Frederico Guilherme Michaud , pintor suíço da paisagem tropical do Brasil, protegido de D.Pedro II. Hoje é a única fonte de renda daquela ilha.
O Provopar ergueu o centro de artesanato de Guaraqueçaba, projeto do arquiteto Rafael Watanabe.
E o centro de artesanato e restaurante de Mariscos da Ilha das Peças.
Em obras, o Provopar edifica câmara fria para os pescadores e criadores de Camarão, com biblioteca cidadã e centro de comércio de Artesanato.
Em Morretes, será entregue em agosto outro importante centro cultural e turístico: a Estação das Artes projeto que une ruínas de casas coloniais com a modernas instalações visando geração de empregos e renda naquela cidade histórica.
A isso se soma – e todos os deputados estaduais são testemunhas – a doação de 160 kombis compradas com os recursos da varredura do soja antes desperdiçado do Porto de Paranaguá, e entregues às APAES, escolas especiais, e entidades de socorro a desvalidos. Eu mesmo testemunhei o bem que o veículo novo causou ao lar Só Vida, no Capão da Imbuia, casa benemérita de doentes terminais de AIDS.
A ninguém faltou socorro nestes quase 8 anos de ação voluntária e social. Ninguém esqueça as expressivas Campanhas Estaduais do Agasalho, onde brilhou o sorriso também voluntário da bela curitibana Letícia Sabatella.
O bonito é que sempre o Provopar proveu com equipamentos, máquinas de costura, cozinhas, panifícios, equipamentos industriais, a geração de empregos e de renda, abandonando o assistencialismo meramente filantrópico.
E para coroar há ainda a ação do Voluntariado Paranaense nos presídios. Onde foi substituída a idéia de mente desocupada – oficina do diabo – pela feliz idéia de inclusão social com trabalho criativo.
O Brasil aplaudiu pelas mãos de dona Marisa Letícia Lula da Silva, e dos participantes do encontro nacional do Ministério da Justiça o desfile de moda do estilista Gianni Cochieri com esplêndidos modelos cortados e confeccionados pelas mãos das detentas da Penitenciária de Piraquara.
O próprio presidente Lula não se cansa de elogiar o trabalho realizado e gravou um depoimento pró-Provopar, ao lado de Lúcia Arruda e Maria Olívia Samek.
Se somos o Bem que fazemos, e quando fazemos o Bem existimos, este trabalho do Provopar já pertence à mais escolhida página da história social do nosso Paraná.