18:26Cinco mil soldados a menos

Da assessoria de imprensa da Liderança da Oposição na Assembleia Legislativa:

Dados do governo compravam que faltam mais de cinco mil homens no efetivo da PM 

Com informações obtidas através da Justiça, o vice-líder da Oposição, deputado Douglas Fabrício (PPS), apresentou nesta quarta-feira (07) os números recebidos da Secretaria de Segurança em resposta a um pedido de informações aprovado em setembro de 2009. Segundo os dados apresentados pelo parlamentar, o efetivo da Polícia Militar do Paraná ao final de 2009 era de 16.813, enquanto que em 1989 era de 15.229 e no ano de 2003, início do governo Requião, de 16.614. “Os números são muito próximos. Comprova porque o governo não queria responder nosso pedido de informações e o ex-secretário de Segurança se esquivava dos questionamentos”, constatou. Fabrício citou ainda um déficit de mais de cinco mil policiais em relação à lei que regulamenta o efetivo da Polícia. “A lei prevê 21.880 policiais enquanto que o Paraná tem apenas 16.813. É um déficit preocupante que faz com que a insegurança do estado aumente”.

Outro ponto contestado pelo deputado foi em relação à contratação de policiais. O ex-secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, declarava que haviam sido contratados 6.421 policiais.

“Não foi isso que apresentaram na resposta do nosso pedido de informações. Foram contratados de 2003 até 2009, 4.381 policiais militares. Muito aquém dos números apresentados”, relatou. “Se formos considerar os policiais civis, o número também não chega a seis mil policiais”.

Baixas

Fabrício ficou surpreso com o número de baixas ocorridas no efetivo das Polícias, Civil e Militar, nos últimos sete anos. Segundo o deputado, o número de baixas foi superior ao de contratações.

“Foram 5.545 baixas e apenas 4.381 contratações na Polícia Militar. Já na Civil o número foi praticamente o mesmo: 1.566 baixas diante de 1.539 contratações”, apontou.

O fator preocupante, segundo Fabrício, é o baixo número de investigadores da Polícia Civil, que diminuiu drasticamente nos últimos anos.

Segundo o deputado, no ano de 89 eram 1.449 investigadores. No ano de 99, 1.471, chegando a 2.060 no ano 2.000.

“É alarmante saber que em 2003 tínhamos 1.816 investigadores e ao final de 2009, apenas 643, praticamente um terço do número de investigadores que o Paraná tinha em 2003”, afirmou. “Justamente a área de investigação que é a alma da Polícia Civil vemos uma diminuição absurda no quadro de profissionais”, completou.

População

“A população do Paraná, nos últimos vinte anos, cresceu aproximadamente 25,5% enquanto que o efetivo da Polícia Militar cresceu apenas 10,4%, não acompanhando o crescimento da população”, afirmou Fabrício.

O deputado apresentou ainda os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) que orienta que deve existir uma relação de pelo menos um policial para cada 500 habitantes e que a média apresentada pelos países com os melhores resultados no campo da segurança pública é de um policial para cada 250 habitantes.

“Aqui no Paraná temos um policial para cada 627 habitantes. Em 1989 essa relação era de um policial para 551 habitantes”.

Fabrício espera que o próximo governo tenha mais sensibilidade com o tema e aja para reverter o quadro de insegurança que assola o Paraná.

“Esse diagnóstico da segurança comprova que o governo Requião trabalhou com muito discurso e pouca prática. Mostra que tínhamos razão quando colocamos a nossa preocupação com o tema. Não cumpriram o que levaram na campanha, que era resolver o problema da segurança. Que o próximo governador possa olhar com mais atenção essa questão”.

Concurso Público

O concurso público realizado pelo governo do Estado para incorporar mais 1.100 policiais militares e 400 bombeiros só terá seu efeito prático na metade do próximo ano.

Segundo informações da secretaria de Segurança Pública os aprovados no concurso já passaram pela fase de avaliação médica e ingressam agora no Curso de Formação de Soldados que terá mil horas/aula cumprida em onze meses.

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