10:16Abílio Manoel, adeus

por Estevão Bertoni, da Folha de São Paulo:

Foi pela música que Abílio Manoel abandonou a física. Na época de estudante, até aulas ele deu num cursinho. Desistiu da carreira porque suas composições começaram a se tornar conhecidas. Nascido em Lisboa, Portugal, Abílio chegou ao Brasil ainda criança, com os pais. Em 1967, no Chile, veio o primeiro sinal de que ele deveria levar mais a sério o lado artístico. Sua música “Minha Rua” abocanhou um festival universitário naquele país. Dois anos depois, em outro festival, realizado pela TV Tupi, nova vitória, agora com a canção “Pena Verde”. Era o início de uma carreira que resultaria em oito LPs -lançados por gravadoras como Som Livre, RCA e Continental em países da Europa e América Latina-, 22 compactos duplos e dez simples. Mas, diferentemente de outros nomes de sua geração, Abílio não se tornou tão conhecido. O motivo, em sua opinião, devia-se ao fato de não estar no Brasil quando suas músicas passaram a ser mais divulgadas. Na época, ele foi viver no México.
Sempre se manteve ligado ao universo musical. Por seis anos, apresentou um programa sobre canções latino-americanas na rádio Bandeirantes. Também trabalhou na rádio USP, fez sonorização de shows e teve um estúdio, onde gravava jingles. Na terça, enquanto assistia ao jogo entre Espanha e Portugal, usando a camisa da seleção de seu país, sofreu um infarto e morreu, aos 63. Passava férias em Itacaré (BA). Deixa filha. Na cremação, ontem, em SP, foram tocadas as músicas “Bom Dia Amigo”, “Pena Verde” e “Tudo Azul n’América do Sul”.

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