6:23De novo: é hoje!

Da Gazeta do Povo, em reportagem de André Gonçalves:

Só Alvaro na vice de Serra impede candidatura de Osmar Dias
Mas pedetista deve anunciar hoje que disputará o governo em uma aliança com o PMDB e PT

Só uma improvável indicação do irmão Alvaro Dias (PSDB) como vice do tucano José Serra na disputa presidencial impedirá o senador Osmar Dias (PDT) de confirmar hoje a candidatura ao governo do estado. O impasse familiar foi o motivo, segundo o pedetista, para a demora nas negociações com PT e PMDB. O acordo deve reunir até mais oito legendas que apoiam o governo Lula.

Além disso, o candidato a vice deve ser indicado pelos peemedebistas, enquanto as vagas para o Senado ficarão com Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), rival de Osmar desde as eleições de 2006. Ainda não há consenso sobre uma coligação nas eleições proporcionais. Até o momento, os petistas não aceitam disputar as vagas para deputado estadual e federal em uma chapa com os peemedebistas.

Osmar disse ontem à noite que esperaria por uma resposta do PSDB quanto à situação de Alvaro até hoje pela manhã. “Falam que eu sou indeciso, mas na verdade o que ninguém diz é que eu tenho caráter. Estou aguentando essa situação no ‘osso do peito’ porque para mim a família vem em primeiro lugar e eu não posso impedir que um irmão chegue à Vice-Presidência da República.”

O pedetista explicou que tem sido procurado há duas semanas pelos dirigentes nacionais tucanos com o argumento de que a escolha de Alvaro estaria muito próxima de ser concretizada. “Se eles não anunciarem, eu vou ter de seguir o meu caminho.”

Osmar preferiu não antecipar o anúncio que deve fazer hoje, mas já programou uma entrevista coletiva para a tarde, em Curitiba.

Sobre a possibilidade de chamar os jornalistas para dizer que seria candidato ao Senado, brincou: “Se fosse para dizer que eu concorreria à reeleição eu mandava uma notinha e não convocaria uma coletiva”. Além disso, a direção nacional do PDT já anunciou que não permitirá que ele faça uma coligação com o PSDB. Se concorrer ao Senado, ele terá de formar uma chapa independente – hipótese que ainda depende de um aval da Justiça Eleitoral.

A hipótese de que Alvaro seja vice de Serra cresceu nos últimos dias, mas está longe de ser unanimidade. O paranaense estaria em uma disputa interna com o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). O pernambucano perdeu força ontem com a divulgação de uma matéria em que é acusado de contratar funcionários fantasmas pelo Senado (leia ao lado). Por outro lado, cresceram os apelos para que o vice seja nordestino e mulher.

Os pré-requisitos foram reforçados pelo avanço de Dilma Rousseff (PT) na última pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, em que ela aparece com 40% das intenções de voto contra 35% de Serra. “Para mim, não faz sentido. Se o eleitor prefere uma mulher vai votar na Dilma e não por causa de uma vice”, disse Alvaro.

Outro adversário seria o DEM, principal parceiro dos tucanos. O presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, reiterou ontem que não permitirá a indicação de um vice do PSDB que não seja Aécio Neves. “Essa é uma decisão tomada há meses, não vejo o Alvaro com condições de reverter isso”, explicou o presidente estadual da legenda, Abelardo Lupion.

Por último, Serra declarou ontem em São Paulo que demoraria mais “três ou quatro dias” para escolher o vice, o que inviabilizaria qualquer acordo com Osmar. PMDB e PT realizam convenções estaduais no domingo e precisam de uma definição do senador para levar a votação. “Acho que se a direção nacional do PSDB não se manifestar até amanhã (hoje) fica mesmo muito difícil segurar o Osmar”, afirmou Alvaro.

O tucano enfatizou que apoiará qualquer posicionamento do irmão. “Vou ficar do lado dele.” Sobre uma possível campanha pessoal para ser vice de Serra, disse que não está se esforçando porque a decisão deve caber apenas ao candidato, sem interferências externas.

Caso o desfecho seja mesmo anunciado hoje, é provável que seja realizada uma convenção coletiva entre peemedebistas, petistas e pedetistas para consagrar a candidatura de Osmar. Dilma deve participar do evento.

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