17:41Deputados criticam intenção do governo de construir presídio em Centro de Pesquisa em Agroecologia

Da assessoria de imprensa da Liderança da Oposição na Assembleia Legislativa: 

O deputado estadual Élio Rusch (DEM), líder da Oposição na Assembléia Legislativa, repudiou a intenção do Governo do Estado de transformar o Centro de Ensino e Pesquisa em Agroecologia, no município de Santa Tereza do Oeste, em colônia penal agrícola para presos em regime semi-aberto. A área foi doada ao governo pela multinacional Syngenta, que realizava naquela fazenda experimental estudos com sementes transgênicas. Segundo o deputado, seria um disparate da atual administração acabar com o centro de pesquisas, que beneficia o agricultor, para construir um presídio. “É de se estranhar que o governador Pessuti tenha tido essa idéia. Justo ele que sempre foi ligado ao campo e sabe que sem pesquisa não há como se produzir mais gastando menos. O Estado tem que investir em pesquisa, e para isso foi criado o Centro Agroecológico. É inadmissível que agora alterem a finalidade do espaço para abrigar uma colônia penal”, disse.

O democrata criticou ainda a falta de investimentos em pesquisas pela atual administração, nos últimos sete anos.

“Se este governo até agora não investe ou não investiu em pesquisa, por que acabar com um projeto que tem a intenção de auxiliar o produtor rural?”, questionou. “Que deixe o espaço como está para que a próxima administração invista naquilo que o produtor mais precisa, que é o apoio tecnológico para o trabalho no campo. Espero que o governador Pessuti seja demovido desta ideia”.

A informação de que o governo pretende disponibilizar a área para abrigar presos foi dada ao deputado pelo presidente da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, Dilvo Grolli.

Rusch destacou que a região oeste do Paraná já foi “presenteada” com a instalação do presídio federal em Catanduvas e que seria prejudicial à região a instalação de mais um presídio. “É verdade que precisamos de mais presídios, mas existem tantos outros lugares. Os agricultores da região precisam produzir e para aumentar a produção é preciso que haja pesquisas. Não vamos tomar uma terra que pertence à pesquisa, à ciência e tecnologia para transformar em um presídio”.

A informação recebida pelo deputado foi confirmada também no Portal Palotina que noticiou a intenção do governador em transformar o Centro Agroecológico em colônia penal após a visita de Pessuti à região.

Syngenta

A área do Centro Agroecológico volta a ser palco de discussão. Em 2008, a Syngenta decidiu doar a área ao Governo do Estado, após ocorrerem várias invasões promovidas por integrantes do movimento Via Campesina e de ter sido cenário de um confronto ocorrido em outubro de 2007, onde duas pessoas morreram, um segurança da fazenda e um funcionário da Fundação da Universidade Federal do Paraná – Funpar.

A fazenda possui 120 hectares, sendo que setenta são de preservação ambiental.

“Se essa terra fosse entregue para a reforma agrária, apenas cinco famílias seriam beneficiadas nos cinqüenta hectares restantes. Enquanto que na época em que a fazenda era utilizada para estudos com transgênicos mais de cinqüenta famílias trabalhavam na área”, lembrou Rusch.

Através do Instituto Agronômico do Paraná – Iapar – o governo estadual instalou no local o Centro de Ensino e Pesquisa em Agroecologia, que foi inaugurado em dezembro de 2009 e levou o nome de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, o funcionário da Funpar e integrante do movimento Via Campesina morto no confronto de 2007.

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