7:30Os ataques aos direitos trabalhistas

por Manassés Oliveira 

Operários chineses estão se matando por não suportarem mais receber um real por hora, para produzirem para as multinacionais que invadem a China para se aproveitar da mão-de-obra barata e sem direitos trabalhistas.

É assim que se formou na China a Fosconn, uma das maiores empresas subcontratadas do mundo. A emplresa emprega mais de 800 mil trabalhadores, com salários mensais de R$ 240,00, ou seja, R$ 8,00 por dia ou 1 real por hora trabalhada.

Estes trabalhadores e trabalhadoras chineses que são submetidos a longas horas e a uma rotina intensa, na impossibilidade de uma organização sindical forte e independente, têm cometido suicídio em escalas que já alarmam a opinião pública mundial.

Entre as multinacionais que contratam os serviços da Foxconn estão a Apple, Dell, HP, Nintendo e Sony. As multinacionais testam na China um modelo que pretendem adotar no Brasil, caso consigam romper a blindagem de nossas leis trabalhistas, ou seja, acabar com a CLT.

No Brasil assistimos muitos casos de empresas que mudam de localização para outros estados atraídos por favorecimentos fiscais e organização sindical frágil, com o objetivo de pagar salários menores. Agem sem se importar com o impacto que deixam na vida dos trabalhadores e de suas famílias. Já temos histórias de grandes fábricas que mudam de cidade ou de Estado, abandonando seus empregados, atrás do lucro fácil.

Já acontece no Brasil uma pressão e um lobby fortíssimo dentro na Câmara dos Deputados para flexibilizar as leis trabalhistas, com a redução das férias, do abono de férias, da licença maternidade e até mesmo do décimo terceiro salário.

Para expandir para o Brasil interessa às multinacionais baixíssimos salários, como o de um real por hora que pagam aos trabalhadores chineses. Interessa também submeter e desacreditar a organização e mobilização sindical, como tentam fazer a cada reportagem que publicam a respeito da classe trabalhadora brasileira.

Por isso, fiquemos todos alertas e nos mobilizemos para manter, na Câmara dos Deputados, a blindagem das nossas leis trabalhistas. (Manassés Oliveira)

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