Dennis Hopper
Dennis Hopper nunca saiu de cima daquela moto sem destino. O tiro que o fez voar depois que mostrou o dedo médio a todos os idiotas do mundo, aquele tiro não o matou porque o filme está aí e fez a cabeça de gerações e gerações. Ainda ouvimos os uivos de John Kay e seu “Lobo da Estepe” (Steppenwolf) e os acordes de “Born to be Wild” – e nossos filhos também, e nossos netos, bisnetos e assim por diante, mesmo quando estivermos lá, junto dele, não o personagem, mas o ator que sempre passava a imagem na contramão da indústria do cinema. Santo louco esse Dennis Hopper que seguiu caminho hoje. O rosto talhado para dizer que “aqui o buraco é mais embaixo”. Os olhos gritando “não vem que não tem”. A alma sempre dizendo lá na tela que não estamos sozinhos, apesar da solidão.