6:06Curitiba aprova Dunga

Do jornal Gazeta do Povo, em reportagem de Ana Luzia Mikos:

Dunga tem o aval de 65,5% dos curitibanos
Levantamento mostra que moradores da capital aprovam o trabalho do treinador e confiam na equipe, mas não concordam com a convocação

 Além da estrutura e da reclusão garantidas pelo CT do Caju, Dunga encontrou em Curitiba um refúgio de aprovação. O treinador deu a lar­­gada na preparação para a Copa da África do Sul, onde a avaliação positiva do seu desempenho supera a média nacional. Um levantamento divulgado pelo instituto Pa­­raná Pesquisas mostra que 65,5% dos curitibanos consideram o trabalho do comandante brasileiro bom ou ótimo.

No mês passado, o capitão do tetra desfrutava de 57% de aprovação de acordo com o levantamento do Datafolha, feito em todo o país.

A popularidade se mostra ainda mais expressiva na capital paranaense por um cruzamento de da­­dos: o crédito do treinador apesar da rejeição maciça à sua lista de convocados para ao Mundial, di­­vulgada no dia 11.

Dos ouvidos, 60,7% consideram o técnico como o ideal para a equipe brasileira, sendo que apenas 21,5% pensam o contrário. As escolhas de Dunga, entretanto, fo­­ram reprovadas. Apenas 33% dos curitibanos acham que ele chamou os melhores atletas do país para buscar o hexacampeonato.

A ausência mais sentida foi a de Ronaldinho Gaúcho. Dos 67% de entrevistados que discordaram da lista do treinador, 30,2% citaram o jogador como a maior baixa da se­­leção. Paulo Henrique Ganso ficou em segundo, com 27,5%, e Neymar em terceiro, com 24,5%.
“Me chamou a atenção o apelo do Ronaldinho. Talvez por ser mais famoso. A torcida não se conformou com as ausências e a lista de convocados desagradou”, disse o presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo de Oliveira.

O levantamento, exclusivo pa­­ra a Gazeta do Povo, foi realizado às vésperas do desembarque da seleção na capital paranaense, du­­rante os dias 19 e 20, e ouviu 400 torcedores e simpatizantes maiores de 16 anos. O grau de confiabilidade da amostragem é de 95%, para uma margem de erro de 5%.

A confiança na seleção brasileira é grande em Curitiba: 61,7% acham que a equipe voltará da África do Sul com a taça na mão. Última campeã mundial, a Itália é apontada como favorita por 13,5% dos que desconfiam do escrete verde e amarelo. A Espanha foi citada por 6,2% das pessoas ouvidas e a Argentina por 5,2%.

“Apesar de não acreditar no tí­­tulo argentino, o time é apontado como o principal adversário do Bra­­sil por 24,2% dos entrevistados. Provavelmente pela rivalidade”, comentou Oliveira.

O maior candidato a estrela da Copa é brasileiro. Principal referência técnica da seleção, Kaká é apontado por 39% dos entrevistados como jogador que mais se destacará na África do Sul. Carga re­­forçada pela ausência de atletas consagrados como Ronaldinho e Adriano ou a dupla sensação do Santos, Neymar e Ganso.

Melhor do mundo em 2009, o argentino Messi vem em segundo, com 31,2% de chance de estender para a seleção argentina o talento mostrado no Barcelona. O terceiro lugar é de Cristiano Ro­­naldo. O adversário português do Brasil na rodada final da fase de grupos é citado como favorito a cra­­que por 15,2% dos entrevistados.

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Confira a pesquisaAprovação desafia tabu histórico

Aprovada, mesmo sem louvor, a seleção brasileira de 2010 tentará justificar o seu favoritismo na Áfri­­ca do Sul. Uma supremacia que su­­cumbiu em outras ocasiões. Da mesma forma que times desacreditados reverteram a confiança em títulos mundiais.

Nas duas últimas Copas, dois exemplos distintos. Com todos os seus astros convocados, a badalada seleção de 2006 desandou na Ale­­manha. Em 2002, o popular Fe­­lipão não escapou das cobranças pela não convocação de Romário. Mas, mesmo pressionado, valorizou a família Scolari em detrimento do ídolo e garantiu o penta.

Até o unânime time de 70 so­­freu com o receio dos torcedores do México. “Ninguém acreditava na seleção brasileira, pelo resultado de 66 e pelo grupo que pegamos. A nossa chave era Inglaterra, atual (na época) campeã do mundo; a Tche­­coslováquia, campeã da Eu­­ropa; e a Romênia, que era a sensação do futebol naquela época. O pessoal achava que o Brasil não iria passar nem pela primeira fase”, relembra Rivelino.

Felipe Melo recorreu nesta se­­mana aos números para provar o fa­­voritismo da atual seleção – ape­­sar da falta de encanto do futebol apresentado.

“Fizemos as Eliminatórias de forma per­­feita, ficando em pri­­mei­­ro lu­­gar. Vencemos a Argen­­tina lá, o que é muito difícil, e também o Uru­­guai. Ainda conquistamos a Copa das Con-fede­­rações. Então, acho que o mo­­men­­to não é de críticas, mas sim de união”, citou, usando outras se­­­­leções como exemplo.

“Em 1982, o Brasil tinha uma gran­­de seleção, mas não ganhou. Em 1994, o time saiu daqui totalmente desacreditado e venceu. O que importa é o resultado”, de­­fendeu.

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