7:18Vila Becker, um drama interminável

O deputado Élio Rusch (DEM), líder da oposição na Assembleia, denunciou ontem que os moradores da Vila Becker, de Paranaguá, que moram ao lado do terminal de álcool, continuam em situação de risco porque ainda não foram construídas as casas em outro local prometida pelo governo. O estranho é que em setembro do ano passado o ex-governador assinou convênio com a Cohapar nesse sentido. Nada aconteceu. Na quinta-feira passada, segundo Rusch, o governador Orlando Pessuti assinou convênio igual. “De convênio em convênio, não saem do papel as casas para aquelas famílias.O governo já teve vários alertas e só empurra com a barriga a realocação daquelas pessoas”, denunciou o deputado. “De um total de 400 casas, a previsão era que em maio 60 moradias fossem entregues e até o final deste ano todas as famílias estariam em uma nova morada. Passados oito meses nada foi feito. Agora assinam um novo convênio que não dá previsão de conclusão de 232 casas. Quer dizer que aquele compromisso firmado pelo então governador Requião não teve validade? É preciso que essas famílias tenham uma solução definitiva, que fiquem longe do perigo e de promessas.” O problema se arrasta desde 2007 quando inauguraram o terminal. Há perigo iminente de explosão pois vazamentos já aconteceram, como o de junho de 2009. Ontem, segundo o deputado, houve um novo vazamento, que obrigou o terminal a paralizar o funcionamento. Segue um histórico dos acontecimentos apresentados por Elio Rusch:

Outubro/2007 – Inauguração do Terminal. Foram investidos aproximadamente R$ 14 milhões na obra. Irregularidades foram apontadas, como a construção do Terminal para receber álcool fármaco e não carburante. Teriam sido necessários mais R$ 7 milhões para efetuar uma reforma no Terminal para que pudesse receber álcool carburante.

Julho/2008 – O Terminal efetuou seu primeiro embarque de álcool. Mas antes disto teve que passar por uma reforma. Apesar do primeiro embarque, de 5 mil metros cúbicos do produto, ter sido realizado, as 400 famílias que residem em torno do Terminal ainda não sabem se e quando serão realocadas.

Novembro/2008 – O TRF da 4ª Região determina a interdição do Terminal devido ao risco para as famílias que moram ao lado do Terminal.

Junho/2009 – A APPA e o Governo do Estado conseguem derrubar a liminar que mantinha interditado o Terminal de Álcool.

Julho/2009 – 20 dias após a liberação do Terminal, durante o descarregamento de álcool houve um acidente e 5 mil litros do produto vazou, chegando a alagar algumas casas da Vila Becker. 15 famílias tiveram que ser removidas devido ao risco de explosão.

Setembro/2009 – O então governador Roberto Requião assinou convênio com a Cohapar para a realocação das 400 famílias da Vila Becker. A remoção seria realizada em três etapas. A primeira com 60 unidades, outra com 136 e a última com 204. As casas previstas para ter 40 metros quadrados serão ampliadas para 52 metros quadrados.

Outubro/2009 – Matéria da Agência de Notícias informa que as primeiras 60 casas para a remoção de famílias moradoras da Vila Becker estariam prontas em maio de 2010. O restante das moradias concluídas até o final de 2010.

Março/2010 – Segundo a Appa, 32 famílias que estavam na área de maior risco já foram retiradas para imóveis alugados e a construção de cerca de 400 moradias já está sendo licitada.

Maio/2010 – As 60 casas prometidas para este mês não foram construídas. No dia 20 o governador Pessuti assinou um novo convênio com a Cohapar para a construção das 400 residências para remoção das famílias que residem na vila Becker. Um novo cronograma foi estipulado, sendo que o início das obras está previsto para daqui 90 dias, depois das licitações que irão contratar a empresa para construir as primeiras 232 casas. As famílias vão morar em novas casas de 52 metros quadrados.

– Sobre as 168 casas para completar as 400 prometidas, não há previsão de inicio das obras. Assim como as 232 que deverão começar a ser construídas daqui a 90 dias, não há previsão para o término das obras.

– Em 20 de maio o Terminal teria recebido um novo carregamento de álcool e voltado a operar. No dia 21 um novo vazamento, pequeno, teria ocorrido.

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