6:34Serra, Richa, Osmar e…

O resultado do encontro entre o senador Osmar Dias (PDT) e o governador José Serra (PSDB), ontem à noite, ainda é mistério. O portal IG confirmou o encontro (ver reprodução abaixo) e revelou que o ex-prefeito Beto Richa também participou do encontrou na casa de Serra. Houve um imprevisto porque o governador paulista foi ao Rio Grande do Sul à tarde e se atrasou bastante no retorno. Assessores de Osmar Dias confirmaram que ele estava em São Paulo. Confiram:

Osmar Dias encontra Serra e deve fechar com PSDB
Reunião na casa do ex-governador e pré-candidato tucano ao Planalto deve contar também com Beto Richa

por Adriano Ceolin, iG Brasília, e Ricardo Galhardo, iG São Paulo |

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, deve fechar ainda na noite desta quinta-feira um acordo com o senador Osmar Dias (PDT-PR) para que ele integre a chapa tucana no Paraná. Eles marcaram encontro na casa de Serra em São Paulo. Pré-candidato ao governo paraense pelo PSDB, Beto Richa também irá participar.

“Estou a caminho da casa do Serra”, disse Richa ao iG por volta das 19 horas desta quinta. “A conversa está bem encaminhada. Na semana passada, nós já havíamos encaminhado uma proposta formal ao PDT”, completou o tucano, que deixou o comando da prefeitura de Curitiba este ano para concorrer ao governo do Estado.

O iG ligou às 19h30 para o celular de Osmar Dias. Um assessor atendeu e confirmou que ele passaria a noite em São Paulo e se encontraria com Serra.

Outro candidato ao Senado na chapa tucana no Paraná será o atual deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). Ele acertou com o PSDB há quase um mês, apesar de o seu partido ser aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Barros disse que também está em São Paulo. “Acho que eles vão tentar bater o martelo hoje”, contou ao iG.

Em princípio, a aliança entre Osmar Dias e o PSDB implode o palanque de Dilma Rousseff (PT) no Paraná. Desde o ano passado, o presidente Lula tenta fazer o PT acertar o apoio ao senador do PDT. Dias, porém, fazia duas exigências. Queria ter Gleisi Hoffmann como vice e que os petistas convencessem o PMDB a apoiá-lo também.

Gleisi é mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e disputou o Senado em 2006. Fez uma boa campanha, mas acabou atrás de Alvaro Dias (PSDB-PR). Sobretudo no último mês, Dias vinha dizendo que o projeto do PT no Paraná é apenas eleger Gleisi para o Senado, por isso passou a exigir que ela fosse sua companheira de chapa.

Em outra frente, Dias tentou retirá-la da disputa ao Senado para ajudar o ex-governador Roberto Requião (PMDB-PR), que tentará retornar à Casa este ano. Com isso, além do PT, Dias tentaria ganhar o apoio do PMDB. No entanto, o atual governador Orlando Pessuti (PMDB) manteve-se como candidato à reeleição.

No PT o discurso oficial é que ainda existe esperança de uma “ampla aliança” com o PMDB e o PDT.

“Não acredito que o Osmar vá fazer isso depois de ter chamado o Beto Richa de traidor. Acredito numa aliança. Em 2006 o Osmar disse ao Requião no sábado que não seria candidato e na segunda-feira anunciou a candidatura contra o Requião. É desse homem que estamos falando”, disse o secretário de Comunicação do PT, André Vargas, deputado federal pelo Paraná.

Vargas chegou a ironizar o encontro em São Paulo. “Eles vão jantar? Só se o prato principal for o Osmar. Duvido que o Osmar queira ser jantado pelo Serra e pelo Beto Richa”, disse o deputado.

Em conversas reservadas, no entanto, dirigentes petistas admitem já ter jogado a toalha em relação a Osmar Dias. A avaliação é que o partido foi o maior prejudicado no Paraná e o prejuízo será todo debitado na conta de Paulo Bernardo.

“O Osmar Dias não quer ser candidato. É um acerto de família (o irmão dele, Álvaro Dias, é do PSDB). Nosso erro foi ter apostado tudo no Osmar e não termos construído uma opção própria no Paraná”, disse um alto dirigente do partido, lembrando que a construção do palanque de Dilma Rousseff no Paraná ficou exclusivamente a cargo de Bernardo.

O plano B do PT no Paraná é apoiar Pessuti (PMDB) mas a alternativa está longe de ser a ideal. Os petistas desconfiam que Requião está se aproximando de Beto Richa, líder nas pesquisas, com o objetivo de facilitar sua eleição para o Senado.

“Ficamos com a brocha na mão. Nossa única opção é o Pessuti, mas nada impede o Requião de fechar uma aliança branca com o Beto Richa e ter apoio dele na eleição para o Senado. Jogamos muito mal no Paraná. Fomos amadores”, disse outro dirigente petista.

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