5:45Pessuti, Pessutão, Pessutinho e a infraestrutura do litoral

por Gilberto Larsen

Faltam sete meses para chegar o verão e oito para acabar o governo. O tempo é escasso para o governador Orlando Pessutti mostrar ao litoral do porque veio. A parte o atendimento aos veranistas, onde se incluiu a “engorda” da praia em Caiobá e a recuperação da avenida beira – mar em Matinhos, a infraestrutura viária da primeira região do Estado a ser conquistada no século XVI, pede ações imediatas para atender a população local e toda a economia estadual. A gestão logística que andou esquecida nos últimos anos peemedebistas, se não pode ser resolvida em alguns meses, pelos menos pode estabelecer intenções para o próximo governo, seja da cor que for.

O porto de Paranaguá, a principal vedete econômica da região, precisa dar confiança aos vários segmentos do mercado exportador – importador. A APPA que colhe bons frutos com o Terminal de Contêineres gerenciado pela iniciativa privada, não demonstrou posturas definidas diante da fundamental mobilidade para a agroindústria.  A falta de estrutura para enfrentar o porto catarinense de São Francisco do Sul e a hidrovia Tietê – Paraná é evidente. Estrutura que vai muito além da área retroportuária, envolvendo ações viárias no lado ocidental do Paraná com ampliações das capacidades de tráfego em rodovias e extensão da ferrovia para Campo Mourão e Guaira. Drenar a produção para a foz do Itiberê exige competência. Cheio de gás, o governador pode convocar a UFPR, o Instituto de Engenharia do Paraná e outras instituições para no pouco tempo que tem, estudarem com o governo soluções para a infraestrutura. Temas portuários não faltam. Desde o tão comentado terminal de passageiros até o porto de Pontal do Paraná, passando por um viável plano de revitalização do cais Barão de Teffé em Antonina.

      Se o governador gostar de trem, o prato  para o litoral está cheio. O segundo traçado Paranaguá – Curitiba tem dois monumentos que já desfilaram no Painel do Desperdício criado pelo ex – ministro dos Transportes Alberto Godmann: o viaduto sobre a BR – 227 nas proximidades do posto da PRF, e a terraplanagem que começou no bairro do Uberaba em Curitiba e seguiu até a Serra do Mar. Também tem a extensão da Ferroeste em direção ao Mato Grosso do Sul e a necessidade de uma amigável conversa com o ministro Paulo Bernardo para esclarecer quem tem razão na retificação do traçado na direção de Ponta Grossa. Intervenções que potencializarão os terminais marítimos do litoral. E também tem uma chamada de responsabilidades por parte da ALL, cobrando a preservação do patrimônio. A histórica Casa Ipiranga só pode ser vista em fotografia.

      No setor rodoviário  assuntos quentes estão à espera de definição. Um deles é o traçado da BR – 101 no Estado. O DNIT já andou mexendo com o assunto que agita os ambientalistas. Construída, a rodovia proporcionaria uma ligação direta entre a região de Guaruva (SC) com o porto de Antonina e, seguido adiante, chegaria a BR – 116 no sentido de São Paulo. Uma estratégica estrada que ainda de sobra contornaria a cidade de Antonina. Quente também são duas obras discutidas para a Baia de Guaratuba. A ponte e o ferry – boat de carga. Sem esquecer a estrada para Guaraqueçaba.

       Preocupações com o modal aéreo não devem incomodar muito o governador. Cuidar da iluminação e da cerca do aeroporto de Paranaguá, e dar uma roçada em volta da pista de Guaratuba já basta. Na questão fluvial não tem muito que fazer. Quem sabe apoiar a navegação turística em alguns rios como o Nhundiaquara que abrigou portos históricos quando ainda se chamava Cubatão no Paraná colonial, e no esquecido Canal do Varadouro.

        O primeiro porto marítimo, o primeiro porto fluvial, a primeira estrada, a primeira ferrovia do Paraná se localizaram serra abaixo.  Aglutinar as regiões do Paraná através de eficientes canais de transporte e comunicação é a melhorar maneira de potencializar o litoral. Lançando boas e permanentes idéias o governador que era Pessuti  e está ganhando ares de Pessutão, não corre o risco de ser lembrado como Pessutinho.

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