18:25É tempo de amar Zé Renato

Zé Renato no Teatro da Caixa – Foto Roberto José da Silva

Zé Renato pode cantar qualquer coisa. E ele canta tudo. Mas tudo escolhido para casar com o timbre que é suave e  ao mesmo tem algo de penetrante como faca na alma para despertar emoçóes.. O Zé está em Curitiba cantando no palco do Teatro da Caixa. Há pouco mais de 200 lugares para ouvi-lo. Ele cantou ontem, canta hoje e amanhã, às 21h. Quem tiver o privilégio de estar ali, pode se considerar um agraciado. A mãe de Zé Renato mora em Curitiba. Pouca gente sabe. O nome dela é Marlene, mas quem o presente do dia de amanhã fomos nós. O cantor, que era do grupo Boca Livre e depois soltou a voz no mundo como um dos mais impressionantes intérpretes da MPB, veio para cantar “É tempo de amar”, seu CD em homenagem à Jovem Guarda. Roberto Carlos não permitiu que ele gravasse músicas de sua autoria no disco. Azar do Rei. Zé cantou ontem Calhambeque, Namoradinha de um Amigo Meu e Lobo Mau, fora as outras do discão. Ficou faltando “A Última Canção”, maior sucesso de Paulo Sérgio e que encerra o disco. Mas nem tudo é perfeito para os ouvidos de quem era adolescente nos tempos da Jovem Guarda. O artista, contudo, faz mais. Vai a Noel Rosa, passa por Zé Keti, de quem gravou discos antológicos, e deu uma canja de uma música do próximo projeto, para crianças, dos quais já gravou dois discos. O tema é água, a letra fala da importância para a essência da vida, e quem estava lá ficou de boca aberta deliciado com tanta beleza. O Zé também não interpretou nenhum sucesso de Orlando Silva, o Cantor das Multidões, a quem homenageou recentemente com um show. Aí também já seria demais! Mas este Zé que, em casa, quando criança, via e ouvia Silvio Caldas cantando e depois gravou um tesouro só com canções do seresteiro, ainda nos brincou com o acompanhamento de Marcos Nimrichter (teclados), Rômulo Gomes (baixo) e um excepcional guitarrista, João Castilho, cujos pequenos solos soam como presentes em cima do presente dos deuses que é a voz do cantor. Enfim, é tempo de cada vez mais amar a obra e as interpretações deste artista cuja voz honra todos os seus grandes antecessores.

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