16:05“Kracjberg sempre negou autorização para restauração das obras”, afirma presidente da Fundação Cultural

A respeito da nota “O grito de Frans Krajcberg”, o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, jornalista Paulino Viapiana, telefonou para esclarecer o seguinte:

– Em 2005, assim que assumiu a FCC, foi feito um diagnóstico de todos os espaços culturais do município e investidos R$ 12 milhões na recuperação e revitalização de alguns deles. No caso do Espaço Cultural Frans Krajcberg, por orientação do Iphan, foi recomendada uma avaliação do Centro de Construção e Restauro da Universidade de Minas Gerais, a mais gabaritada no assunto. O trabalho foi contratado e o laudo foi entregue no começo de 2006, onde se apontava uma série de problemas e medidas a serem adotadas para o local. Primeiro, que ele não era adequado por causa da natureza das obras, de material orgânico, que se deterioram com mais facilidade. Foi recomendado se fazer uma adequação do espaço e a restauração de algumas obras.

– A conservação das obras, segundo Viapiana, está sendo feita, mas o restauro, de acordo com o decreto de 2003 que criou o espaço, só pode ser feito com a autorização do artista. E é aí que mora o problema, segundo o presidente da Fundação Cultural.

– “Ele sempre se negou a autorizar o restauro das obras. E o motivo só cabe a ele explicar”, afirma Paulino.

– Em 2008 a Fundação Cultural conseguiu R$ 308 mil do Fundo Municipal de Cultura para reformar o espaço e restaurar as obras que precisavam. Paulino Viapina conta que viajou até o Rio de Janeiro para conseguir a autorização do artista. Mais uma vez esta foi negada e o dinheiro não foi utilizado. Nesta época, conta Paulino, Krajcberg insistia em ter as obras de volta.

– No ano passado, através de licitação, uma parceria foi feita com a Fundação Boticário para manutenção do Jardim Botânico, onde se localiza o “espaço”. Um projeto do arquiteto Fernando Canali foi feito e onde o espaço cultural do artista teria todas as condições indicadas pela Universidade de Minas Gerais. O próprio Miguel Krisgner, dono do  Boticário, falou com o artista, ainda segundo o relato de Viapiana, mas ele continuou recusou. O projeto foi para a gaveta.

– Paulino diz não entender porque Krajcberg informou que não houve contato com ele. “Não é verdade. Em todos os anos nós tentamos convencê-lo a autorizar o restauro de algumas obras e ele sempre recusou”, afirma o presidente da FCC. A recusa inviabilizou projetos de recuperação ou mudança do espaço.

– Neste ano mais uma tentativa será feita. Com autorização do ex-prefeito Beto Richa e concordância do atual, Luciano Ducci, um novo projeto, mais “caseiro”, está em andamento e, segundo Viapiana, dentro de 60 dias ficará pronto para que seja feita mudança do teto e climatização do local. Quanto às obras, ele diz que se o artista se recusar a autorizar o restauro, vai tentar meio legais para conseguir isso.

– O presidente da FCC revela que em 2008 chegou a trazer a Curitiba o auxiliar de Kracjeberg conhecido como “Zé do Mato”, único que o artista deixa mexer nas obras para restaurá-las. Ele aceitou fazer o serviço, mas, mesmo assim, Krajcberg não autorizou.

– Sobre a intenção do artista de vir a Curitiba para levar as obras, Paulino Viapiana diz ser isso impossível, pois as elas pertencem ao município. Em 2005 ele, Viapiana, descobriu que as esculturas não tinham sido doadas oficialmente. Ele conseguiu que o artista fizesse isso, assinando documentação devidamente registrada. Portanto, a única maneira de Krajcberg consegui-las de volta é nos tribunais.

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